Dia Mundial do Solo: desafios e soluções para a conservação do solo no Brasil
O Dia Mundial do Solo é celebrado no dia 5 de dezembro
O Dia Mundial do Solo, celebrado em 5 de dezembro, é uma data dedicada a conscientizar sobre a importância da preservação e manejo sustentável dos solos para garantir a segurança alimentar, a saúde ambiental e o futuro das próximas gerações. O Brasil, como um dos maiores expoentes do agronegócio mundial, enfrenta desafios na conservação sustentável de seus solos. Michel Esper, gerente de Produtos Agronômicos na Cibra, destacou os principais problemas relacionados ao manejo inadequado, como compactação e erosão, além das soluções e esforços para equilibrar produtividade e sustentabilidade.
Segundo Esper, o país é altamente dependente do setor agrícola, mas práticas intensivas, como monoculturas e o não uso de sistemas como o plantio direto, têm acelerado a degradação dos solos. “Embora a agricultura seja essencial no nosso país, o uso intensivo de certas práticas pode sim levar ao desgaste do solo ao longo do tempo, provocando compactação e erosão, que causam impactos muito negativos se não manejados corretamente”, explicou.
Entre as soluções apontadas pelo especialista estão a rotação de culturas, o sistema de plantio direto e a integração lavoura-pecuária. “Essas técnicas têm ajudado, com certeza, a preservar o solo por mais tempo. Por meio da integração dessas práticas, conseguimos manter a saúde e a produtividade do solo por períodos maiores”, afirmou.
Outro ponto de destaque foi o impacto positivo da agricultura regenerativa, que vai além da conservação, promovendo a restauração da saúde do solo. “A agricultura regenerativa restaura a longo prazo, com práticas como rotação de culturas e coberturas vegetais, que aumentam a biodiversidade do solo e ajudam a mitigar mudanças climáticas. Assim, preservamos os recursos naturais, contaminamos menos e aumentamos a produtividade de forma mais sustentável”, disse Esper, enfatizando o papel dessas ações na incorporação de carbono no solo e na redução de emissões de CO2.
No entanto, a responsabilidade pela preservação do solo vai além dos agricultores. Para Esper, o esforço precisa ser coletivo. “Não tem como separar: agricultores, empresas, governos e população precisam colaborar. Os agricultores devem adotar práticas sustentáveis, as empresas devem investir em tecnologias e incentivar boas práticas, enquanto os governos têm o papel de criar políticas públicas e oferecer apoio técnico e financeiro. Já a população precisa se conscientizar e apoiar essas iniciativas, cobrando políticas que priorizem o meio ambiente”, destacou.
O equilíbrio entre produção agrícola e preservação ambiental é um desafio constante, mas, segundo Michel Esper, é possível garantir a saúde dos solos brasileiros para as gerações futuras, desde que todos façam sua parte.