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Dezembro será chuvoso em grande parte do Brasil

Veja a previsão climática para o mês de dezembro



Foto: Pixabay

O mês de dezembro é caracterizado pela transição dos sistemas meteorológicos de primavera para os sistemas que atuam durante o verão. A exemplo disso temos a maior frequência da atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), trazendo chuvas na faixa noroeste/sudeste do país. Temos também a atuação mais significativa da Alta da Bolívia, que auxilia na formação de chuvas sobre o centro-oeste e região norte. Em conjunto com os dois sistemas mencionados, temos a maior presença dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), sobretudo no nordeste, que também favorece a formação de chuvas em alguns estados da região. E por fim, ainda temos a incursão de algumas frentes frias pelo sul do país, mas que adquirem uma tendência de ficar mais estacionárias. E todos estes sistemas provocam chuvas nas suas regiões de atuação. 

No mapa abaixo vemos a climatologia, isto é, a média histórica, do mês de dezembro para precipitação, considerando os dados de 1990 até 2010.

Nota-se que na faixa central do país, desde o oeste da região norte até o sudeste, a climatologia indica altos volumes de chuva, superando a marca dos 300 mm e em alguns pontos podendo ultrapassar 350 mm de média mensal. Por outro lado, no nordeste do nordeste, a tendência é de que os volumes fiquem abaixo dos 45 mm, na média mensal, com algumas áreas inferiores aos 10 mm, como ao norte do RN. Na região sul, quanto mais ao sul, menores são os volumes médios para o mês de Dezembro, apresentando assim valores na casa dos 100 mm no sudeste Rio-Grandense. 

Entretanto, devido a atuação da La-Niña e sua forte influência sobre as chuvas no país neste último mês de novembro, há indicativos de que as chuvas no mês de dezembro também terão um comportamento típico do fenômeno La-Niña. 

No monitoramento das chuvas de Novembro, fica evidente o padrão típico de La-Niña. Nota-se que as áreas do centro-sul do país apresentam chuvas abaixo da média para o período (tons de amarelo), ao passo que na região norte e nordeste houve mais chuva do que o esperado (tons de azul). Contudo, em algumas regiões da parcela central do país, como no MT e MG, a distribuição das chuvas foi irregular. 

Em relação à La-Niña, existe uma concordância entre os centros internacionais e nacionais que monitoram o fenômeno, indicando a manutenção do evento durante este período de verão, apresentando também uma forte correlação entre a componente oceânica e atmosférica, e isto podemos notar no padrão das projeções abaixo. 

Praticamente todas as projeções indicam chuvas abaixo da média para o mês de Dezembro na região sul do país (manchas avermelhadas), sendo que a este padrão pode ocorrer até mesmo o sul de MG e MS. Em contrapartida as projeções mostram que as chuvas continuarão com um padrão acima da média em grande parte do centro-norte do país (tons de verde). Contudo, há alguns pontos no oeste da região norte e nordeste do Brasil em que as soluções matemáticas divergem, podendo indicar a má distribuição das chuvas no período. 

Sobre a falta de chuvas na região sul, de acordo com o último boletim do monitoramento das condições das lavouras realizado pelo Conab, no RS, a escassez de chuvas tem limitado o avanço da semeadura da soja, que está em 68% da área prevista. Há registros de interrupção nos trabalhos de semeadura e até replantio devido à baixa umidade e dificuldade no controle de plantas daninhas. Além disso, a falta de chuva também está sendo um fator limitante para o milho, especialmente nas lavouras que se encontram na fase reprodutiva da cultura.

Em relação às temperaturas, podemos esperar que nas áreas onde as chuvas serão mais frequentes a tendência é de que fiquem abaixo da média para Dezembro (tons de azul), mas não há uma forte correlação entre as projeções. Por outro lado, na região sul, com a previsão de chuvas abaixo da média, espera-se que as temperaturas fiquem acima da climatologia (tons de amarelo), devido à maior incidência solar.

Vale mencionar também que o excesso de chuvas na região centro-oeste e a tendência de temperaturas abaixo da média do período em algumas localidades, poderá atrasar em alguns dias o avanço dos estádios vegetativos do milho e da soja. Visto que as culturas precisarão de mais tempo para atingir a quantidade necessária de graus-dia para o avanço de cada estádio, além da menor incidência luminosa devido à maior presença de nuvens. Contudo, isto não será um fator limitante na produção da região. A preocupação será para os produtores da região sul, vindo de um mês de Novembro com chuvas abaixo da média, seguindo para um Dezembro em que as projeções também indicam um mês mais seco.
 

*material exclusivo elaborado pela equipe Agrotempo.

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