Desenvolvida batata transgênica para países com fome

Uma parceria público-privada internacional está desenvolvendo batatas transgênicas resistentes à praga tardia, que destrói entre um quarto e meio da safra, para agricultores em Bangladesh e na Indonésia. Ensaios de campo mostraram resultados de completa resistência ao patógeno e espera-se que sua liberação no campo reduza em 90% a aplicação de fungicidas.

Pesquisadores deste ano testarão batatas geneticamente modificadas em Bangladesh e na Indonésia na esperança de oferecer aos agricultores uma alternativa à pulverização de fungicidas. Vários ensaios de campo confinados com batatas transgênicas resistentes à requeima (LBR) serão realizados em ambos os países como parte do “Alimente o Futuro Associação Mundial de Batata Biotecnológica”.

A batata é uma das culturas mais importantes na Indonésia e Bangladesh. A Indonésia produz cerca de1,3 milhão de toneladas métricas de batatas por ano, enquanto os tubérculos são a terceira maior cultura alimentar mais importante depois do arroz e do trigo em Bangladesh. Mas a requeima é um problema sério em ambos os países, que destrói entre 25 e 57% da colheita.

Ao contrário de outros patógenos, a praga tardia – ou Phytophthora infestans – pode ser difícil de controlar quando aparece e os agricultores podem realmente vê-la, disse Janet Fierro, líder global de recursos para comunicação e defesa da Associação Mundial da Batata. Por esta razão, os agricultores começam a pulverizar fungicidas muito cedo no ciclo da cultura para evitar o aparecimento do fungo. Em alguns casos, os agricultores indonésios pulverizam 20 a 30 vezes durante a estação de crescimento, que pode durar de 75 a 160 dias.