Desafios do mercado de café

O Brasil, reconhecido como um dos principais produtores e exportadores de café do mundo, enfrentou desafios significativos em 2023, conforme indicado pelo relatório recente do Rabobank. A análise abrange diversos aspectos do setor, desde o volume de exportações até as tendências de preços, proporcionando uma visão abrangente do panorama do café brasileiro no último ano.

Em 2023, o Brasil exportou 39,2 milhões de sacas de café, uma performance praticamente estável em comparação com o ano anterior, registrando uma variação de apenas -0,4%. No entanto, o relatório destaca um início lento, com a recuperação dos embarques no segundo semestre. Os desafios logísticos, especialmente nos procedimentos de embarque no porto de Santos, contribuíram para a lentidão nas operações. O Cecafé apontou que os embarques poderiam ter sido ainda mais expressivos, alcançando até 2 milhões de sacas adicionais, não fossem esses obstáculos logísticos.

Um dos pontos mais notáveis do relatório é o desempenho extraordinário das exportações de café conilon. O volume atingiu 4,7 milhões de sacas, marcando um aumento notável de 212% em relação a 2022. A explicação para esse crescimento expressivo reside nas limitações da oferta global e nos preços mais atrativos no Brasil.

O relatório do Rabobank destaca que os recentes incidentes no Mar Vermelho, uma rota marítima crucial entre a Ásia e a Europa, podem impactar positivamente as exportações de café conilon brasileiro nas próximas semanas. A instabilidade geopolítica está incentivando a busca por alternativas de transporte de commodities, impulsionando a demanda pelo café brasileiro.

Os preços locais do café no Brasil permanecem elevados, com aumentos notáveis em dezembro de 2023. O café arábica e o conilon registraram aumentos de 9,7% e 12,5%, respectivamente, em comparação com o mês anterior. Em janeiro de 2024, ambos os tipos de café continuaram a mostrar crescimento, com o arábica aumentando 1,1% e o conilon 6,4%, em relação ao mês anterior.