Demanda sólida impulsiona milho nos EUA
A geopolítica segue influenciando os mercados
O mercado de grãos apresentou sinais de firmeza em novembro, com o milho ganhando destaque devido à sólida demanda de exportação e a um relatório WASDE moderadamente positivo. Segundo o Conselho Internacional de Grãos (IGC), os preços globais do milho subiram 3% em cinco semanas, impulsionados por valores FOB mais altos nos EUA e América do Sul. Essa alta também beneficiou o sorgo, enquanto a cevada permaneceu estável e aveia e centeio registraram quedas.
Os futuros do milho nos EUA subiram 6%, refletindo a forte demanda internacional, especialmente do México, e revisões para baixo nas estimativas de produção e rendimento no relatório WASDE de novembro. Apesar disso, a alta foi limitada pela pressão sazonal da colheita e por flutuações em mercados externos, como petróleo e moedas. No Brasil, os valores FOB em Paranaguá foram sustentados pela demanda local de etanol, mas perderam força com as perspectivas favoráveis para a safra de safrinha. Na Argentina, o mercado mostrou volatilidade, com cotações competitivas apesar do baixo interesse comercial, enquanto na Ucrânia os preços caíram devido à menor demanda de exportação.
A geopolítica segue influenciando os mercados, com tensões na guerra na Ucrânia elevando os preços do milho CBOT. Já a cevada viu quedas na UE e Austrália, compensadas por ganhos na região do Mar Negro. No caso do sorgo, os preços subiram nos EUA e Argentina, acompanhando a alta do milho, enquanto a aveia e o centeio enfrentaram perdas devido à menor demanda global e fatores sazonais.
A Confederação Europeia da Produção de Milho (CEPM) alertou para os possíveis impactos de um acordo comercial entre a UE e o Mercosul, que pode aumentar as importações de milho sul-americano, reduzindo a área plantada na Europa e beneficiando o Brasil. Para aprovar o acordo, a CEPM exige que o milho importado atenda às normas europeias, incluindo restrições contra substâncias proibidas e desmatamento.