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Demanda de farelo é chave para preço da soja

A produção de farelo de soja tem sido impactada pela crescente demanda de óleo


“Embora sejamos os maiores exportadores de carnes do mundo, nossa produção de farelo é superavitária" “Embora sejamos os maiores exportadores de carnes do mundo, nossa produção de farelo é superavitária" - Foto: United Soybean Board

De acordo com a análise da TF Agroeconômica, os preços da soja no Brasil estão sendo pressionados pela dinâmica dos subprodutos, como farelo e óleo. Embora a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha divulgado uma redução de 6,43% nos estoques de soja em relação à safra 22/23, o que teoricamente deveria elevar os preços, essa alta não se reflete no mercado. 

A demanda por farelo de soja tem sido um fator determinante, especialmente com o aumento dos estoques, que cresceram 193,43% em dois anos, enquanto as exportações do produto recuaram 11% no último ano. “Embora sejamos os maiores exportadores de carnes do mundo, nossa produção de farelo é superavitária e os estoques estão aumentando à medida que o esmagamento também aumenta para a produção de óleo para biodiesel”, comenta.

A produção de farelo de soja tem sido impactada pela crescente demanda de óleo para biodiesel, o que resulta em um efeito contrário: o que as indústrias ganham com o óleo, perdem no farelo. Com estoques de óleo 40,55% menores do que em 2021, o desequilíbrio nos subprodutos da soja é evidente. Isso sugere que, para melhorar o preço do grão internamente, é necessário aumentar a demanda por farelo, tanto no mercado doméstico quanto no internacional. 

“Como consequência, o que as indústrias esmagadoras ganham com o óleo, perdem no farelo e o preço da soja tem impacto negativo. Embora a qualidade do grão não ajude a ter um farelo que satisfaça a qualidade de exportação nesta temporada, tornasse óbvio que é preciso aumentar a demanda, interna e externa, do farelo brasileiro para melhorar o preço da soja, internamente”, completa.

A diversificação de mercados para o farelo de soja, como o uso na produção de compensados de madeira, pode ser uma alternativa viável. A ABIOVE e cooperativas de soja têm a responsabilidade de explorar essas oportunidades. Em comparação com os EUA, onde a American Soybean Association (ASA) foca na abertura de mercados, parece que o Brasil precisa reforçar suas estratégias para aumentar a demanda e melhorar os preços da soja.
 

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