Déficit de armazéns no Brasil aumenta
A falta de soluções concretas contribui para um ciclo de problemas recorrentes
O déficit de capacidade estática de armazenagem no Brasil atingiu níveis alarmantes. De acordo com Isan Rezende, presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (FEAGRO MT) e do Instituto do Agronegócio, o país registrou, em 2023, um déficit de 118 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação às 83 milhões de toneladas do ano anterior. Esse crescimento reflete o aumento contínuo da produção de grãos a cada safra, sem a devida expansão na infraestrutura de armazenamento.
Rezende destaca a ausência de um planejamento estratégico eficiente para mitigar perdas de produtos, prejuízos financeiros e gargalos logísticos. Esses fatores limitam a eficiência do setor e prejudicam a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional. Segundo ele, a falta de soluções concretas contribui para um ciclo de problemas recorrentes, impactando negativamente produtores e a economia nacional.
Outro grande desafio enfrentado pelos agricultores é a dificuldade em acessar linhas de financiamento adequadas. Além de taxas de juros elevadas e prazos incompatíveis, muitas linhas exigem a hipoteca da área como garantia, o que desestimula investimentos em armazenagem. A burocracia no processo de obtenção de licenças ambientais, licenças prévias e licenças de operação para a construção de armazéns agrava ainda mais o cenário.
Rezende alerta que esses entraves burocráticos e financeiros precisam ser tratados como prioridade nacional. Ele reforça que a solução passa por políticas públicas que incentivem a construção de armazéns com financiamento acessível, desburocratização dos processos e um planejamento estratégico focado em garantir a eficiência e a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.