O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) consolidou, ontem, uma nova plataforma para reforçar as exportações brasileiras com a assinatura da Instrução Normativa que declara livres da doença de Newcastle os plantéis industriais de aves de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A projeção inicial é que a medida vai proporcionar incremento de 200 mil toneladas das remessas e garantir receita adicional de US$ 200 milhões para o país.
No ano passado, as exportações de aves renderam US$ 1,4 bilhão. A Instrução Normativa assinada pelo ministro Roberto Rodrigues abre caminho para mercados como os dos Estados Unidos, Canadá e de países asiáticos, destacou o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Zoé D’Ávila.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Júlio Cardoso, afirmou que, com o novo status, o País passa a ter condições de assumir o posto de maior exportador mundial de carnes de aves, hoje em poder dos Estados Unidos.
Os estados beneficiados pela Instrução Normativa assinada ontem em São Paulo respondem por 100% das exportações de frango e por 80% da produção nacional. O ministro Roberto Rodrigues lembrou que a declaração "tem valor histórico e comercial e é resultado de um longo processo e esforço conjunto entre os setores público e privado". O presidente da Abef alertou que o trabalho precisa de continuidade.
Doença de origem viral, a Newcastle é apontada como a principal barreira às exportações de carnes de aves. A transmissão ocorre principalmente de ave para ave (horizontal). Além de pelo ar, o vírus é transmitido por descargas respiratórias, pelas fezes e pelos ovos de aves doentes. Os principais sintomas da doença, que também ataca o sistema nervoso, são perda de apetite, febre, espirros, diarréia e falta de coordenação motora.