Datagro projeta expansão da safra brasileira
Para analista da Datagro, expansão de 3% seria modesta
Em entrevista ao portal Agriculture.com, o analista da Datagro Flávio Roberto França Júnior projetou uma expansão para safra brasileira de soja. Ele citou várias razões para o aumento de área. O primeiro é de que a demanda total da China deve crescer. O segundo é que a preferência da China pela soja sul-americana tende a crescer com mais tarifas para produtos americanos.
Mas ele destacou os dois fatores mais importantes: terra disponível e lucratividade da soja comparada a outros cultivos no Brasil. Dependendo da região, a soja divide os lotes com arroz, feijão, milho, algodão, cana-de-açúcar, girassol, feijão ou até mesmo café ou cítricos.
“A soja é de longe o mais lucrativo entre todos esses cultivos”, disse França Júnior. Na visão do analista, uma estimativa de expansão de 3% da superfície de soja no Brasil seria modesta. Usando o exemplo da safra 2017-2018, que os mais otimistas tinham uma previsão de 2% de crescimento, o tamanho real da safra foi maior. Os brasileiros esperam colher 116,17 milhões de toneladas de soja.
“Todas as condições estão sendo favoráveis, estou sendo pessimista de que quando eu digo de que a safra de soja crescerá 3%”, analisa França Jr.
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea) foi questionado sobre os números atuais de compras de insumos para a safra 2018-2019 de soja, mas não quis revelar nesse momento. “Nós estamos vendo um movimento de preços desde Janeiro. Agora, as compras estão acontecendo mais rapidamente”, disse Marcel Durring, analista do Imea.
Um contraste é visto no estado do Rio Grande do Sul onde os cultivos de inverno, como trigo e aveia, são comuns. “Nunca vi um movimento tão lento para compra insumos como o deste ano. Os cultivos de inverno tem interesse zero e estão diminuindo a renda do agricultor”, diz Carlos Dellavalle, um agrônomo e professor que assessora agricultores no Nordeste do Rio Grande do Sul.