Cuidado com a dessecação da soja
"Este método tem o objetivo de acelerar o fim do ciclo reprodutivo da soja"
As chuvas exigem ainda mais cautela - Foto: Abiove
A colheita da safra 2024/25 de soja em Mato Grosso avançou para 28,58% da área cultivada, segundo o Imea, mas enfrenta atrasos devido às chuvas persistentes. Esse cenário tem levado alguns produtores a antecipar a dessecação, aumentando o risco de perdas na lavoura. O engenheiro agrônomo Bruno Kavamura, da Sell Agro, alerta que a prática deve ser realizada no momento certo para evitar impactos negativos na produtividade.
“Este método tem o objetivo de acelerar o fim do ciclo reprodutivo da soja, promovendo uma desfolha rápida e eficiente através da aplicação correta de herbicidas”, diz. “No entanto, a prática exige cuidado e precisão, principalmente em anos como este, quando o clima tem apresentado desafios para os produtores”, completa.
Segundo Kavamura, a dessecação é comum entre produtores que cultivam algodão safrinha, pois acelera a maturação da soja e facilita a colheita. O ideal é aplicá-la no estágio R7.2, quando 76% das folhas e vagens já estão amareladas. O uso do herbicida Diquate, aliado a adjuvantes como o Ophion 4.0, pode garantir uma desfolha mais eficiente. No entanto, antecipar essa etapa para compensar atrasos pode comprometer a qualidade do grão.
As chuvas exigem ainda mais cautela, já que a umidade elevada pode causar perdas de até 100% se a colheita não for bem planejada. Além disso, a aplicação correta dos herbicidas, a regulagem das máquinas e o descarte adequado das embalagens são essenciais para minimizar prejuízos e impactos ambientais. A recomendação dos especialistas é que os produtores evitem decisões precipitadas e sigam rigorosamente as boas práticas agrícolas.
“Caso a dessecação seja adiantada, a colheita também ocorrerá mais cedo, enquanto um atraso na dessecação pode gerar um impacto direto no calendário”, destaca Kavamura.
