Crescimento da China ficará abaixo de 5%
O país é o principal parceiro comercial do Brasil
Vai ser praticamente impossível para a China atingir o crescimento de 5,5% que tinha planejado para o ano de 2022, visto que todos os elementos da economia chinesa enfrentam problemas graves, segundo o sinólogo Arthur Kroeber em webinar promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais. “A única maneira de eles atingirem isso é essencialmente mentindo sobre os números. Na realidade, o crescimento econômico neste ano ficará abaixo de 5%”, disse.
Os principais obstáculos são a desaceleração no setor imobiliário e de construção civil, a imposição de lockdowns em razão de uma nova onda de Covid-19. Além disso, o setor imobiliário e de construção civil responde de maneira direta e indireta por cerca de 25% do crescimento do PIB e as indicações atuais são de que sua contribuição está próxima de zero, o que tiraria 1,5 ponto percentual da expansão de 2022. “Há muita gente na China que acredita que essa aliança com a Rússia é um grande erro estratégico e o que o interesse de longo prazo da China é mais bem atendido pela integração à ordem global, e não pelo alinhamento com o que se tornou um regime pária”, observou.
“Há muita preocupação com o fato de que os objetivos políticos de Xi Jinping começaram a interferir no bom funcionamento da economia chinesa. A China não gosta de alguns aspectos da atual ordem global. Eles acreditam que os EUA têm muito poder, eles querem mais poder e influência, mas eles querem que essas mudanças ocorram sem gerar instabilidade. A China precisa continuar se integrando à ordem global, ao mesmo tempo em que muda os seus parâmetros”, concluiu.