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Cresce procura por testes para soja


Com a lei de rotulagem na UE, exportadores brasileiros precisam garantir origem da carga. A União Européia aprovou, em 2 de julho, que alimentos com mais de 0,9% de transgênicos deverão ser rotulados. Isso provocou uma explosão da procura por testes para detecção de organismos geneticamente modificados (OGMs), uma vez que o Brasil é o segundo maior exportador mundial de soja, e esse produto é um dos principais itens da pauta de exportações do País. Somente no ano passado, foram embarcadas 30 milhões de toneladas entre grão, farelo e óleo.

"Os exportadores brasileiros estão preocupados porque a Europa é um dos principais compradores da soja brasileira", afirma Sérgio Mendes, da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

A decisão da UE provocou aumento da procura pelos testes Elisa, de identificação de transgênicos. "As vendas deste ano devem ser oito vezes maiores que as do ano passado", prevê Fabíola Franco, gerente de microbiologia da Gehaka, importadora exclusiva dos testes de detecção fabricados pela norte-americana SDI, líder no segmento. A empresa prevê vender neste ano 16,4 mil testes do Elisa. No ano passado, as vendas não passaram de 2 mil amostras. O Elisa é um teste quantitativo: ele determina qual é a porcentagem de transgênicos dentro de uma carga. "A venda de testes para identificação de transgênicos é uma das meninas dos olhos da companhia", afirma Fabíola. O kit completo do Elisa, que inclui 82 amostras, não sai por menos de US$ 395, ou R$ 1,1 mil.

Atento ao aumento da procura, o laboratório de origem alemã GeneScan, que se instalou no Brasil exclusivamente para realizar os testes de transgenia, deve trazer o Elisa no próximo mês. "Indústrias, exportadores e até supermercados - interessados em testar a mercadoria que põe na prateleira - querem testar o material que compram", diz Tadeu Cavedem, gerente do GeneScan.

A rotulagem, adotada pela UE em julho, já é uma realidade no Brasil desde abril, quando o governo soltou decreto estabelecendo que alimentos com mais de 1% de transgênicos devem ser rotulados. Uma equipe técnica ainda discute como o decreto será implementado.

A Anec deve ser reunir nesta semana com seus associados para tentar padronizar o método para medir a presença de transgênicos nas carga. O método mais utilizado, o Trait, apenas acusa a presença, ou não, de transgenia, sem, no entanto, acusar a percentagem. A recomendação do fabricante é utilizar três tiras de teste por 25 toneladas. Há usuários, no entanto, que utilizam uma tira para cada 75 toneladas. "Precisamos garantir a confiabilidade estabelecendo um padrão", diz Mendes.

kicker: Elisa é um teste quantitativo, que determina a porcentagem existente de transgênicos

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