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Cresce o financiamento para a agricultura



O governo aumentou o volume de recursos destinados à agropecuária e manteve os juros para o setor. Os produtores rurais vão ter R$ 32,5 bilhões para financiar a próxima safra, volume 25,8% superior ao liberado no ano-safra passado, com juros médios de 8,75% ao ano - 60% do valor emprestado. Em algumas linhas, houve redução das taxas.

O Plano Agrícola e Pecuário 2003/04, anunciado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, foi elogiado por grande parte dos representantes do setor produtivo. Alguns segmentos, no entanto, esperavam mais recursos. "Ainda é tímido em relação ao potencial da agricultura. Vamos ter de fazer mais sacrifício para continuar crescendo", afirmou Antônio Ernesto de Salvo, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para ele, os custos variaram 40%, enquanto o volume aumentou apenas 25%. A CNA havia pedido R$ 44 bilhões.

As indústrias de máquinas agrícolas também esperavam mais recursos. O valor destinado para o Moderfrota nesta safra será de R$ 2 bilhões frente aos R$ 2,5 bilhões aplicados até o momento e aos R$ 3 bilhões solicitados pelo setor. "O volume será suficiente para apenas oito meses", acredita Pérsio Pastre, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Os programas de investimento, no entanto, foram aos que tiveram variação maior no valor destinado. Os recursos cresceram 24,2% ante ao aumento de 16,8% dos valores destinados ao custeio da safra.

"É um plano arrojado, na medida em aumenta os recursos, mantendo os custos do financiamento", diz Ricardo Alves da Conceição, vice-presidente de Agrone-gócios e Governo do Banco do Brasil. Para ele, os juros ficaram mais baixos, uma vez que houve aumento da Selic (está em 26,5% ao ano) e a taxa para os agricultores se manteve. Para o Proger Rural e para o Funcafé, no entanto, houve redução dos juros. As taxas do Progrer passaram de 8,75% ao ano para 7,25% ao ano e do café de 13% para 9,5%.

O superintendente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Flodoaldo Alves de Alencar, considerou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu sua palavra ao manter os juros e aumentar o volume de recursos. "Estávamos com dificuldades de levar o Prodecoop à frente", disse. Para este ano, o governo destinou R$ 450 milhões à linha das cooperativas, um aumento de 80%.

O plano deu prioridade aos alimentos básicos, que tiveram reajustados os preços mínimos e os limites de crédito. Entre as lavouras mais beneficiadas está o milho, cujo limite de crédito foi para R$ 400 mil. A intenção do governo é apoiar o programa Fome Zero e aumentar os estoques estratégicos, hoje de 145 mil toneladas.

Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, a meta é chegar a três milhões de toneladas de milho, 1,5 milhão de toneladas de arroz, 30 mil toneladas de mandioca e 50 mil toneladas de feijão.

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