Cotações da soja registram queda em Chicago
As cotações da soja, em Chicago registraram recuo nesta primeira semana de outubro
As cotações da soja, em Chicago, nesta primeira semana de outubro, registraram recuo, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira (05) em US$ 12,80/bushel, contra US$ 13,00 uma semana antes. Por sua vez, a média de setembro ficou 4,6% abaixo da média de agosto, se fixando em US$ 13,24/bushel. Em setembro do ano passado, a média havia sido de US$ 14,60/bushel. Igualmente se registrou forte declínio nos derivados da soja em Chicago. O farelo de soja atingiu a US$ 363,20/tonelada curta durante a semana, a cotação mais baixa, para o primeiro mês cotado, desde dezembro de 2021. O óleo também recuou, chegando a US$ 57,44 centavos de dólar por libra-peso no dia 29/09, a cotação mais baixa desde meados de junho passado, antes de se recuperar um pouco nos dias seguintes.
Além da pressão da colheita nos EUA e da expectativa de uma safra futura recorde na América do Sul, pressionou as cotações o relatório de estoques trimestrais nos EUA, na posição 1º de setembro. Apesar de os mesmos terem sido indicados 2% mais baixos do que no mesmo período do ano anterior, o mercado esperava um corte bem mais expressivo. Os mesmos ficaram em 7,29 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava 6,59 milhões de toneladas. Enfim, houve pressão igualmente do setor financeiro, na medida em que o governo estadunidense indicou, logo adiante, novos aumentos do juro básico naquele país, fato que torna os títulos do Tesouro mais atrativos, levando os especuladores a migrarem para os mesmos.
Ao mesmo tempo, o USDA fechou o volume produzido na safra 2022/23, indicando um total de 116,2 milhões de toneladas. Um volume praticamente idêntico está sendo esperado para 2023/24, cuja a colheita está em curso. Neste sentido, no dia 01/10 a colheita da soja nos EUA atingia a 23% da área total, contra a média histórica de 22%.
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Já as lavouras ainda a colher apresentavam, na ocasião, um percentual de 52% entre boas a excelentes condições, contra 50% na semana anterior. Enfim, os embarques de soja, por parte dos EUA, na semana encerrada em 28/09, atingiram a 663.355 toneladas, somando um total, no atual ano comercial, de 1,81 milhão de toneladas, ou seja, 9% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
Já no Brasil os preços se mantiveram relativamente estáveis, porém, com viés de baixa, apesar de o câmbio segurá-los. Efetivamente, o Real se desvalorizou para R$ 5,15 por dólar durante a semana, evitando uma queda maior nos preços nacionais da soja, já que os prêmios estão estáveis.
Assim, o fechamento médio da semana, no Rio Grande do Sul, atingiu a R$ 134,81/saco, enquanto as principais praças do Estado praticaram R$ 133,00/saco. Nas demais regiões do país os preços oscilaram entre R$ 116,00 e R$ 125,00/saco.
Enquanto isso, o plantio da safra 2023/24 atingia a 5,2% da área total esperada, no dia 28/09, sendo o mais rápido da história recente brasileira. No Mato Grosso, especificamente, o plantio da soja chegava a 4,19% no final de setembro, estando atrasado em relação ao ano anterior, devido ao clima não tão favorável.
Em paralelo, a iniciativa privada reviu sua produção esperada para 2023/24, indicando agora um volume total de 164,1 milhões de toneladas na futura colheita de soja. Obviamente, desde que o clima colabore no conjunto do país. A área ser semeada aumentaria 2,7%, chegando a 45,3 milhões de hectares.
Enfim, a exportação de soja brasileira, em outubro, está estimada em 6,71 milhões de toneladas, contra 3,59 milhões realizados em outubro do ano passado. Para o farelo, os embarques seriam de 2,13 milhões de toneladas, contra 1,78 milhão um ano antes.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA