Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) publicada na última quinta-feira (14), as cotações da soja registraram queda na Bolsa de Chicago após o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 8 de novembro. Apesar de uma tentativa inicial de recuperação, o movimento perdeu força, e o bushel da oleaginosa para o primeiro mês cotado encerrou esta quinta-feira (14) em US$ 9,85, abaixo dos US$ 10,15 da semana anterior.
O relatório trouxe uma redução inesperada na safra de soja dos Estados Unidos, que caiu de 124,7 milhões para 121,4 milhões de toneladas, embora o volume ainda seja superior aos 113,3 milhões registrados no ciclo anterior. Essa redução de mais de 3 milhões de toneladas exerceu pressão sobre as cotações em Chicago. Os estoques finais estadunidenses também sofreram corte, passando de 15 milhões para 12,8 milhões de toneladas, enquanto no ano anterior eram de 9,3 milhões.
No âmbito mundial, a produção de soja foi ajustada de 428,9 milhões para 425,4 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais globais recuaram de 134,6 milhões para 131,7 milhões de toneladas. Por outro lado, as projeções para as safras do Brasil e da Argentina permaneceram estáveis, em 169 milhões e 51 milhões de toneladas, respectivamente, conforme a análise do Ceema.
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O preço médio da soja pago aos produtores norte-americanos foi mantido em US$ 10,80/bushel para o atual ano comercial, abaixo dos US$ 12,40 e US$ 14,20 registrados nos dois ciclos anteriores. Até 10 de novembro, a colheita da oleaginosa nos Estados Unidos alcançou 96% da área plantada, superando a média histórica de 91% para o período.
Segundo o Ceema, na China, maior importadora global de soja, as importações devem recuar 9,5% no atual ano comercial, que se encerra em setembro de 2025. Essa redução, caso confirmada, diminuirá o volume importado para 101,4 milhões de toneladas, abaixo do registrado no ciclo 2022/23. Autoridades chinesas contestam as projeções do USDA, que indicam um volume de 109 milhões de toneladas, e afirmam que as importações do último ciclo somaram 109,4 milhões de toneladas, e não 112 milhões.
Em outubro, as importações chinesas de soja atingiram 8,1 milhões de toneladas, o maior volume para o mês nos últimos quatro anos, com alta de 56% em relação ao mesmo período de 2023. O aumento reflete a recuperação na demanda por farelo de soja, impulsionada pelo melhor desempenho das empresas de suínos no país.
Desde as disputas comerciais iniciadas no governo Trump, a China tem adotado medidas para reduzir a dependência de produtos agrícolas norte-americanos, como parte de uma estratégia para fortalecer sua segurança alimentar. Atualmente, a participação dos Estados Unidos nas importações chinesas de soja caiu para 18%, ante 40% em 2016, enquanto o Brasil expandiu sua fatia de 46% para 76%, segundo dados da alfândega chinesa, de acordo o Ceema.