As cooperativas do Oeste de Santa Catarina planejam concentrar forças na atividade leiteira até o final do ano para incentivar a produção e agregar valor. Três alternativas estão sendo estudadas: construção de uma nova cooperativa central, estruturação de um departamento especializado na Coopercentral Aurora ou investimento na cooperativa Agromilk, de Concórdia.
O conselheiro da Aurora e presidente da Agromilk e da Copérdia, Neivor Canton, assegurou que até o final do ano todas as decisões estarão tomadas e em vias de implementação. Desde 2001 o sistema cooperativista catarinense avalia a viabilidade econômica de industrialização de leite no Oeste, onde situa-se a maior bacia leiteira do Estado.
O objetivo é conquistar o controle de toda a cadeia produtiva e abandonar a posição de fornecedor de matéria-prima. No passado, o sistema cooperativista cuidava da industrialização (a Agromilk instalou em 1996 uma indústria de leite longa vida, transferida para a Batávia/Parmalat).
Na avaliação de Canton, o maior problema reside na concentração da compra da matéria-prima em poder de poucas indústrias. Conseqüência disso é a concentração do varejo e a dependência das cooperativas às grandes empresas. No Oeste, as cooperativas repassam 10 milhões de litros de leite por mês ao sistema Batávia/Parmalat e 5 milhões de litros a outras companhias.
Os produtores rurais do Oeste, maioria vinculada às cooperativas, produzem cerca de 40 milhões de litros de leite ao mês. Praticamente toda essa matéria-prima é absorvida pelas grandes indústrias, que a transforma em derivados. As principais compradoras de leite cru são a Parmalat, a Tirol e a Cedrense. Conforme o projeto que o setor aprovar, os investimentos seriam superiores a R$ 10 milhões.