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Controle sustentável de insetos cresce na América Latina

Semioquímicos já são viáveis tanto para cultivos  especiais como para grandes culturas



Foto: Divulgação

Feromônios e outros compostos de controle natural que modificam o comportamento dos insetos – conhecidos como semioquímicos – estão revolucionando o controle de pragas na América Latina, onde muitos dos alimentos do mundo são produzidos. Falando no seminário Biocontrol LATAM, o CEO e fundador da ISCA Tecnologias, Agenor Mafra-Neto, explicou como a proteção sustentável de cultivos se torna agora disponível não apenas para culturas especiais, mas para uma comunidade muito maior, incluindo produtores das grandes culturas.

“É um desenvolvimento muito significativo para a América Latina, com o Brasil e a Argentina entre os maiores produtores mundiais de milho, soja e algodão. A América Latina alimenta o mundo e estamos ajudando a proteger esse suprimento de alimentos sem prejudicar o meio ambiente, desenvolvendo controles de insetos que usam os compostos seguros encontrados na natureza”, disse Mafra-Neto, que criou a ISCA no Brasil e a estabeleceu nos Estados Unidos.

As formulações semioquímicas podem ser aplicadas para impedir o acasalamento, repelir das plantações ou atrair o inseto-alvo para iscas – tornando os inseticidas significativamente mais eficazes e direcionados. Armadilhas e iscas à base de feromônios têm sido usadas há décadas para detectar e rastrear infestações de pragas em pomares que cultivam culturas especiais, como maçãs e peras.

A ISCA, uma empresa de tecnologia verde com sede em Riverside, Califórnia (EUA), avançou muito essas tecnologias ao tornar o controle semioquímico de pragas viável tanto para cultivos  especiais como para grandes culturas. “A ISCA fez isso reduzindo os custos de fabricação e desenvolvendo formulações biodegradáveis que podem ser aplicadas mecanicamente em grandes áreas com tratores, aviões ou drones”, explica a empresa, que está presente hoje no Brasil com sua subsidiária na cidade de Ijuí (RS).

BRASIL E ARGENTINA

Há uma década, a ISCA Brasil lançou o Anamed, um semioquímico que no sistema de “atrai e mata” para o controle das moscas-das-frutas. Outro produto em destaque é o Noctovi, uma das primeiras formulações semioquímicas do mundo para o controle das principais mariposas em grandes culturas no Brasil, incluindo soja, milho e algodão.

Agora a ISCA está lançando o SPLAT FAW no Brasil, uma ferramenta de controle que atua na interrupção do acasalamento da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), uma das pragas do milho mais nocivas do mundo.

Na Argentina, a ISCA está controlando a traça da videira europeia nos vinhedos na província de Mendoza. Desde 2018, a ISCA está protegendo cerca de um terço da região vinícola com SPLAT Lobesia aplicado por via aérea, que controla a nociva mariposa Lobesia botrana impedindo-a de acasalar.

“Um único piloto com um avião pode aplicar dezenas de milhares de hectares em um único dia, o que antes demorava várias semanas e centenas de pessoas para fazer isso. É a nossa forma de apoiar a próspera indústria vinícola argentina com maiores rendimentos e uvas mais saudáveis para produzir mais daquelas incríveis garrafas de vinho que todos gostamos”, destaca Mafra-Neto.

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