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Consumo de frango segue seguro após confirmação de Doença de Newcastle

Carnes contaminadas não chega à mesa do consumidor



Foto: Divulgação

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta quarta-feira (17), um novo foco da Doença de Newcastle (DNC) em uma avicultura comercial de corte no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. O diagnóstico positivo foi divulgado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como referência internacional para o diagnóstico da DNC.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, em parceria com a Seapi, iniciou os procedimentos de erradicação do foco da doença, conforme o Plano de Contingência de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. As ações incluem a eliminação e destruição de todas as aves no local, bem como a limpeza e desinfecção das instalações.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) colocou em movimento o plano de ação para contenção do foco confirmado da Doença de Newcastle. O planejamento foi validado junto ao Mapa nesta quinta-feira (18). "É importante ressaltar que a notificação veio do próprio produtor. O sistema avícola comercial do Rio Grande do Sul é altamente tecnificado, com uma relação forte e estreita com o Serviço Veterinário Oficial", disse o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Marcelo Mota.

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Foram traçados dois perímetros de vigilância, com raios de três e dez quilômetros a partir do foco. “A Secretaria já vem promovendo ações de vigilância ativa antes mesmo da confirmação. Vistoriamos as três granjas comerciais que estão atualmente alojando animais, dentro do raio de três quilômetros do foco”, destacou o diretor adjunto de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes. O plano de ação prevê visitas a granjas comerciais e também a propriedades com criações de subsistência. No raio de três quilômetros, são 75 propriedades no total. “Considerando o raio de dez quilômetros, somam-se a elas mais 801 propriedades a visitar”, contabilizou Francisco.

Além das vistorias nas propriedades, a Secretaria deve colocar barreiras de desinfecção e bloqueio no raio de três quilômetros. “Para evitar tanto a entrada quanto a saída de aves, camas de aviário, esterco e outros produtos que possam carrear o vírus”, explicou o diretor adjunto. As barreiras, que vão funcionar ininterruptamente, terão o apoio de segurança da Brigada Militar. A operação mobilizará um grande contingente de servidores da Seapi. “Em função das barreiras, vamos precisar fazer troca de escalas, teremos quatro equipes por barreira. Calculamos mais de 70 servidores envolvidos na ação”, contou Francisco. Se não houver novos casos, a previsão é que a operação de contenção do foco se encerre em duas semanas.

Além dessas medidas, uma investigação complementar será realizada em um raio de 10 quilômetros ao redor da área afetada. Outras ações poderão ser tomadas conforme a avaliação epidemiológica. No entanto, o Mapa ressaltou que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanece seguro e sem contraindicações.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) emitiram um comunicado oficial em apoio à ação do Mapa e da Seapi, após a detecção de um caso de Doença de Newcastle em uma granja no estado. As autoridades garantem que a rápida intervenção e as medidas de contenção adotadas são eficazes para resolver a situação, mantendo a segurança e a saúde das aves.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (18) que a população pode continuar consumindo frango mesmo após o diagnóstico da Doença de Newcastle em um aviário de Anta Gorda. As carnes contaminadas pelo vírus não chegam à mesa do consumidor, pois as aves doentes são eliminadas para que a doença não se propague. 

A Doença de Newcastle é uma doença viral contagiosa que afeta várias espécies de aves, répteis, mamíferos, e até mesmo humanos, mas não há infecção através do consumo de carne de frango. As autoridades não trabalham com um cenário de epidemia, ressaltando que a situação está sob controle.

Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006, em aves de subsistência nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. A principal forma de propagação do vírus da Doença de Newcastle é por meio de aerossóis de aves infectadas ou de produtos contaminados, e a biosseguridade nos estabelecimentos avícolas é essencial para limitar a exposição de aves domésticas a outras aves.

O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) estabelece critérios de biosseguridade e procedimentos de prevenção e vigilância epidemiológica para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Entre os objetivos do programa estão a detecção precoce de casos, a demonstração de ausência da doença na avicultura industrial e o monitoramento de cepas virais para subsidiar estratégias de saúde pública e animal.

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