O mercado internacional tornou-se importante foco de negócios das grandes produtoras de carnes do Brasil. A capacidade tecnológica adquirida tornou as companhias mais competitivas no exterior, de acordo com Daniel Pasquali, analista da corretora Fator Doria Atherino. Mais modernas, as agroindústrias conseguem responder a um rápido aumento dos volumes embarcados, mesmo em um período de alta dos insumos. Em 2002, o milho, o principal insumo da alimentação de aves e suínos, teve um aumento de custos de 38%, por causa da queda da produção. O preço da soja, da qual se obtém o farelo para a alimentação dos animais, subiu com a alta do dólar.
A internacionalização das companhias é vista como uma alternativa para a expansão das atividades das empresas. As processadoras de carne estão inaugurando escritórios e centros de distribuição em outros países. A Seara Alimentos, por exemplo, tem na Holanda a distribuidora Seara Food Europe. As empresas também estão realizando parcerias com o objetivo de ampliar a capacidade comercial e reduzir custos e despesas em geral.
O segundo maior cliente internacional da Sadia é a Concordia Foods Limited, joint venture que tem com a SunValley, subsidiária da norte-americana Cargill. A Concordia Foods atende diretamente ao varejo, à restaurantes e lanchonetes - segmento de food service - e outros canais de vendas, no Reino Unido e na Irlanda.
A Perdigão, por sua vez, tem em Dubai, nos Emirados Árabes, um escritório que monitora as vendas para o Oriente Médio. Neste ano, a companhia está reorganizando a gerência de vendas na Europa. Está transferindo da Rússia para a Holanda a subsidiária Brazilian Fine Foods (BFF), que comandará a participação na Europa. A BFF, remanescente da joint venture BRF, trading entre Sadia e Perdigão, que foi rompida em outubro de 2002, coordenará as operações do mercado europeu junto com os escritórios de venda em Londres e em Amsterdã.