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Como reduzir o estresse da desmama de bezerros leiteiros?

A fase de aleitamento para os bezerros leiteiros é um período desafiador


A pesquisa concentrou-se em avaliar como o enriquecimento social influencia o comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. A pesquisa concentrou-se em avaliar como o enriquecimento social influencia o comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. - Foto: Pixabay

A fase de aleitamento para os bezerros leiteiros é um período desafiador, marcado pelo afastamento da mãe e, muitas vezes, pelo isolamento social. Em busca de soluções para mitigar os impactos negativos dessa etapa, a Embrapa Pecuária Sudeste realizou um estudo para avaliar a eficácia do enriquecimento social e físico.

A pesquisa concentrou-se em avaliar como o enriquecimento social influencia o comportamento dos bezerros leiteiros em sistemas a pasto. Segundo a pesquisadora Teresa Alves, a intenção era fortalecer a capacidade dos animais de lidar com mudanças ambientais. Além disso, o enriquecimento físico, que incluiu a disponibilização de objetos como escova, bola e espantalho, visava identificar benefícios funcionais e biológicos.

A prática comum de separar os filhotes de suas mães logo após o nascimento, principalmente para garantir uma maior eficiência no recebimento do colostro, foi o ponto de partida. Em muitos casos, os bezerros são alojados em baias individuais para reduzir a transmissão de doenças e a competição por alimento.

No entanto, a criação coletiva oferece um ambiente mais amplo e estimulante para o desenvolvimento cognitivo dos bezerros. A interação com outros animais pode melhorar sua capacidade de se adaptar a mudanças no ambiente e a situações estressantes. Entretanto, um desafio comum nesse modelo é a ocorrência da mamada cruzada, que pode resultar em ferimentos e afetar o desempenho produtivo.

Para enfrentar esse desafio, a inserção de "brinquedos" no ambiente pode reduzir o problema, melhorando a saúde dos animais, os índices reprodutivos e reduzindo comportamentos dolorosos. O investimento necessário para o produtor é mínimo.

Os resultados do estudo indicaram que nos grupos que receberam enriquecimento social e físico, houve uma menor interação social e um comportamento mais exploratório em relação ao ambiente. Os bezerros interagiram mais frequentemente com a escova (48,2%), seguida pela bola (26,5%) e pelo espantalho (25,6%). Além disso, esses grupos visitaram mais frequentemente o concentrado e passaram menos tempo em pastejo.

Teresa Alves destacou que o tempo gasto com a escova pode ser atribuído ao comportamento natural dos bovinos de se coçarem para remover sujeira e ectoparasitas. A interação dos bezerros com o espantalho pode estar relacionada ao contato humano-animal, já que os bonecos se assemelhavam aos tratadores.

O estudo envolveu 35 bezerros das raças Holandês e Jersolando, distribuídos em dois tratamentos: um com enriquecimento social, através de piquetes coletivos, e outro com enriquecimento social e físico, onde foram disponibilizados diferentes objetos nos piquetes. Os resultados fornecem insights importantes para melhorar o bem-estar e a produtividade dos bezerros leiteiros durante a fase de aleitamento.

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