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Como o El Niño vai influenciar o clima no mês de agosto?

Temperaturas altas podem impactar plantio



Foto: Pixabay

O mês de julho, fechou com a marca histórica por ser considerado o mês mais quente já registrado no globo. Inclusive no Brasil, onde o frio vem tendo pouca intensidade e a distribuição das chuvas, concentradas em áreas específicas do país. Este cenário, vai ao encontro com o que seria esperado para um inverno sob o regime de El Niño. 

As projeções para o mês de agosto indicam um panorama climático nesta linha do que seria esperado para um período de El Niño. Agosto é considerado fundamental, especialmente se considerarmos que as preparações para a safra de grãos 2023/24 começam a se intensificar. 

Temperaturas 

A projeção climática para o mês de agosto continua a seguir um padrão que tem sido evidente em nossa observação do clima global, provavelmente relacionado à influência do fenômeno El Niño. A estimativa aponta para temperaturas superiores à média em todo o território nacional durante agosto, com especial ênfase nas regiões mais centrais do Brasil, como porções sudoeste de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Tocantins.

Essa previsão de temperaturas elevadas em agosto serve como um alerta para os produtores que planejam preparar o solo para o plantio em setembro. Historicamente, agosto é um mês extremamente seco na região central do país. Com o aumento das temperaturas, a taxa de evapotranspiração é ampliada, o que resulta na redução da umidade disponível no solo, exigindo, assim, um manejo mais atento e cauteloso.

Também se prevê que essas temperaturas fiquem acima das áreas da região Sul. Isso pode diminuir os impactos das geadas, especialmente nas plantações de trigo que estarão em fase de floração neste mês.

No entanto, a condição climática pode ser prejudicial para as culturas de clima temperado. Caso não se registre frio suficiente, as lavouras podem ter dificuldade para sair adequadamente da dormência na primavera. E assim, poderá levar a complicações, como brotação e floração irregulares, redução na produção de frutas e aumento da pressão de doenças e pragas.

Chuvas

Em relação às previsões de chuva, os cenários que se apresentam para o Brasil são bastante diversificados. No entanto, o que se destaca como um consenso entre os diversos centros de meteorologia é a expectativa de precipitação acima da média na região Sul e, inversamente, um panorama de chuvas abaixo da média no extremo norte.

A atenção se volta para o mês de agosto, particularmente entre a segunda e terceira semana, quando as previsões indicam a possibilidade do avanço de uma frente fria. Esta tem potencial suficiente para romper o padrão de bloqueio atmosférico, expandindo-se para áreas do sudeste e centro-oeste.

Se tal evento ocorrer, cria-se um cenário propício para que o mês de agosto termine com precipitações acima da média nessas regiões.

No entanto, é importante considerar o comportamento histórico do clima na região. Agosto é tradicionalmente um mês de poucas chuvas. Portanto, mesmo um volume baixo, como 10 mm de precipitação, pode resultar em um cenário de chuvas acima da média.

Essas precipitações, se ocorrerem no centro-oeste, podem comprometer as operações da colheita de algodão. Por outro lado, representam um potencial para a recuperação hídrica nas lavouras de milho plantadas no final do período de plantio.

Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete

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