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Como está o mercado do trigo?

Veja a análise de mercado aqui



Foto: Divulgação

As cotações do trigo, em Chicago, voltaram a recuar fortemente nesta semana, com o bushel do cereal fechando a quinta-feira (03) em US$ 6,27, contra US$ 7,12 uma semana antes. A média de julho ficou em US$ 6,77/bushel, representando um ganho de 2,6% sobre a média de junho. Dito isso, nos EUA, no dia 30/07 o trigo de primavera apresentava 42% das lavouras em condições entre boas a excelentes, contra 70% no ano passado, nesta data. Cerca de 2% da área já havia sido colhida. Já o trigo de inverno estava com 80% da área colhida, naquela data, contra 83% na média histórica.

Por sua vez, as exportações de trigo, por parte dos EUA, na semana encerrada em 27/07, atingiram a 421.300 toneladas. Com isso, em todo o atual ano comercial 2023/24, iniciado em 1º de junho, o país norte-americano exportou 5,84 milhões de toneladas, contra 8,25 milhões no mesmo período do ano anterior.

E na Argentina, novamente o clima está prejudicando as lavouras de trigo locais. Cerca de um milhão de hectares previstos não poderão ser semeados devido a seca.  Enquanto isso, a Rússia informa que exportou 4,54 milhões de toneladas de trigo em julho, sendo isso 50% acima do exportado no mesmo mês do ano passado. Deste total, 62.000 toneladas foram vendidas ao Brasil. 

Por outro lado, como se alertava, os preços internacionais do trigo cederam, apesar dos problemas de exportação ucranianos pelo Mar Negro, devido ao fato de que a Ucrânia fechou acordo com a Croácia para exportar seus grãos através dos portos croatas do rio Danúbio e do Mar Adriático.

E no Brasil os preços do trigo voltaram a ceder um pouco, com a média gaúcha fechando em R$ 66,25/saco, enquanto no Paraná o produto recuou para R$ 66,00. Na prática, o mercado brasileiro praticamente parou depois que recrudesceu a crise entre a Ucrânia e a Rússia no Mar Negro. Lembrando que um ano atrás, nesta época, a média gaúcha era de R$ 109,30/saco, ou seja, 39,4% acima do registrado atualmente. Isso equivale a R$ 43,05/saco a menos para o produtor gaúcho de trigo neste momento.

Dito isso, o plantio da nova safra de trigo, segundo a Conab, está praticamente encerrado no Brasil. Já o Deral, do Paraná, informa que o Estado espera colher 4,58 milhões de toneladas do cereal, o que seria 30% acima do colhido na frustrada safra do ano anterior. Neste início de agosto cerca de 94% das lavouras locais estão em boas condições. A área paranaense cultivada com trigo foi de 1,4 milhão de hectares, com alta de 13% sobre o ano anterior e espera-se uma produtividade média de 3.278 quilos/hectare (54,6 sacos/hectare). Já no Rio Grande do Sul, segundo a Emater, onde a área semeada atingia a 97% no final de julho, espera-se alcançar uma área de 1,5 milhão de hectares, com produtividade média de 3.021 quilos/hectare (50,4 sacos/hectare), o que levará a uma produção final de 4,53 milhões de toneladas, caso o clima ajude. Neste contexto, e considerando que os demais produtores nacionais consigam uma safra normal, o total brasileiro, neste ano, poderá chegar a 10,3 milhões de toneladas. Isso significa em torno de 1,5 milhão de toneladas abaixo do que vem projetando as projeções mais otimistas.

A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

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