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Como está o mercado do milho no Mercosul?

Perspectivas apontam para um balanço de oferta e demanda menos folgado e um cenário de preços firmes, expressos em Real, para o milho em 2024



Foto: Divulgação

Ao analisar o mercado de milho no contexto do Mercosul, percebemos uma dinâmica peculiar: enquanto os Estados Unidos e a China lideram a produção mundial, o Brasil e a Argentina ocupam posições de destaque. No entanto, as estratégias de produção e exportação variam consideravelmente entre esses países, influenciando as tendências globais de oferta e demanda do cereal.

De acordo com os dados do relatório de estimativa da Céleres, o Brasil, embora seja um grande produtor de milho, continua exportando uma parcela significativa de sua produção, o que corresponde a cerca de 40% do total. Isso ocorre mesmo com uma indústria interna robusta que consome boa parte do milho produzido no país. Por outro lado, a Argentina adota uma abordagem mais voltada para a exportação, comercializando mais de 2/3 de sua produção no mercado internacional.

A participação do Mercosul na produção mundial de milho tem crescido progressivamente desde a safra 00/01, quando representava apenas 10% do mercado. Para 23/24, é esperado que essa participação alcance 16%, com Brasil e Argentina sendo os principais contribuintes, respondendo por cerca de 95% da produção do bloco.

A oferta brasileira em 23/24 enfrenta desafios e incertezas, especialmente devido ao atraso no plantio da soja, baixa rentabilidade e questões relacionadas ao planejamento e compra de insumos. Esses fatores levantam dúvidas sobre a área plantada e o pacote tecnológico para 2024. As estimativas mais recentes sugerem uma produção nacional total levemente menor em 23/24 em comparação com o ano anterior.

Na Argentina, espera-se um cenário positivo em 23/24 para a produção de milho. Com a recuperação da produtividade sob o El Niño, a oferta argentina deve crescer aproximadamente 21 milhões de toneladas em relação à safra anterior, ampliando a participação dos vizinhos no mercado global de milho.

O aumento da oferta nos Estados Unidos em 2024, juntamente com o cenário de maior oferta na América do Sul, pode exercer pressão sobre os preços globais do milho. No entanto, no mercado interno, a definição de preços dependerá das incertezas relacionadas à safra de segunda safra. O possível encurtamento da janela de plantio de inverno, aliado ao cenário climático desafiador trazido pelo El Niño, pode adicionar volatilidade e um prêmio de risco às cotações do cereal ao longo de 2024.

Apesar dos desafios de produção e das incertezas, tanto no mercado interno quanto no externo, as perspectivas apontam para um balanço de oferta e demanda menos folgado e um cenário de preços firmes, expressos em Real, para o milho em 2024.

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