Como as eleições mexem no agro?
Entre os desafios, destaca-se a necessidade de equilíbrio entre produção e sustentabi
As eleições para prefeitos e vereadores realizadas em outubro trouxeram expectativas e incertezas ao agronegócio, conforme análise de Leandro Viegas, administrador, bacharel em Direito e CEO da Sell Agro. O setor, que desempenha papel crucial na economia brasileira, observa tendências que podem impactar sua competitividade, incluindo a manutenção de uma bancada ruralista forte e o avanço de agendas ambientalistas em estados estratégicos.
Entre os desafios, destaca-se a necessidade de equilíbrio entre produção e sustentabilidade, considerando a pressão regulatória e a demanda por práticas ambientais rigorosas. O investimento em infraestrutura, especialmente em estados agrícolas como Mato Grosso e Goiás, também é crucial para reduzir custos logísticos, enquanto debates sobre a reforma tributária trazem apreensão quanto ao impacto fiscal sobre o setor.
“Outro ponto importante é o debate em torno da reforma tributária, que está sendo conduzido com um olhar para simplificação fiscal e possíveis mudanças nas alíquotas de impostos sobre a produção e a exportação de commodities. Se essa reforma seguir adiante, que preserve certas isenções para o agro, e aí será uma vitória. Porém, caso opte por tributar mais para equilibrar as contas públicas, o agro poderá enfrentar obstáculos para manter sua competitividade”, comenta.
Por outro lado, há otimismo com iniciativas governamentais, como o Plano Safra recorde de R$ 364,22 bilhões e incentivos à sustentabilidade e à agricultura familiar. Essas medidas oferecem acesso a crédito com juros reduzidos e oportunidades de modernização para pequenos e médios produtores, fortalecendo a competitividade do Brasil no mercado global.
“Além disso, o incentivo à agricultura familiar e o fortalecimento da mecanização no campo são recebidos com bons olhos por pequenos e médios produtores. A possibilidade de modernizar a produção com acesso a equipamentos a custos mais acessíveis é fundamental para melhorar a eficiência e reduzir custos, especialmente em regiões onde o maquinário ainda é escasso.
Apesar desse otimismo inicial, os produtores continuam atentos às futuras políticas e regulamentações. É essencial que o governo mantenha um diálogo aberto com o setor para garantir que as medidas atendam às necessidades reais do campo e promovam um desenvolvimento equilibrado”, conclui.