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Como a Argentina vai mexer no trigo brasileiro?

A produção argentina superou as expectativas



"Quanto menos o trigo argentino for escoado, maior será a disponibilidade interna" "Quanto menos o trigo argentino for escoado, maior será a disponibilidade interna" - Foto: Agrolink

Segundo Luiz Carlos Pacheco, Analista Sênior da TF Agroeconomia, acompanhar a exportação de trigo argentino será fundamental para o Brasil, dado o aumento da dependência do país vizinho. Com uma produção de 18,5 milhões de toneladas, a Argentina terá 12,2 milhões de toneladas disponíveis para exportação, o que impacta diretamente os preços no Brasil. O trigo argentino está atualmente com preços baixos (US$ 232 FOB), enquanto o trigo nacional é negociado entre R$ 1.400 e R$ 1.480, mas pode atingir os níveis do trigo importado no próximo semestre.

“Quanto menos o trigo argentino for escoado, maior será a disponibilidade interna e menor o preço FOB, que determinará o preço CIF, que, por sua vez, afetará o preço do trigo brasileiro a partir de abril. Há que se levar em conta, também a disponibilidade de trigo uruguaio, tão bom e tão barato quanto o trigo argentino e a do trigo paraguaio, que abastece os moinhos do Oeste do Paraná, SC, noroeste do RS e sul do MS”, comenta.

A produção argentina superou as expectativas, mas a redução de 37,22% no estoque final deve gerar uma alta nos preços ao longo do ano. A colheita está adiantada, e 40% da área já foi colhida, o que pressiona a logística. Além disso, a China, após 20 anos, voltou a mostrar interesse em comprar trigo argentino, o que pode absorver uma grande parte da oferta, ajudando a equilibrar os preços.

“A China tem potencial para adquirir boa parte da disponibilidade de trigo argentino desta temporada. Por outro lado, os exportadores precisarão deste mercado para escoar os 37,22% ou 5 MT excedentes em relação à safra anterior, para equilibrar os preços, que hoje estão abaixo (US$ 232 CIF porto) do custo dos produtores (235 FOB fazenda). E a rentabilidade do agricultor é levada muito a sério, porque o trigo é um dos principais produtos de exportação e geração de divisas, no país”, conclui.
 

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