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Com 450 mm de chuva em uma semana, a região Centro-Sul do RS contabiliza prejuízos na infraestrutura e na produção

Cotrisul se prepara para lidar com os reflexos da chuva no campo



Foto: Divulgação Redes Sociais

“A situação é dramática, como todos estão acompanhando. Na área de atuação da Cotrisul, principalmente os associados com propriedades rurais em Cachoeira do Sul estão tendo problemas com inundação. Todos os municípios da nossa área tiveram problemas estruturais sérios, principalmente em pontes e estradas. Ainda assim, estamos numa situação menos grave que outras regiões. Por isso, temos que concentrar esforços para mitigar as perdas e ajudar o Rio Grande do Sul a se recuperar”, afirmou o diretor de negócios da Cotrisul, Erivelton Marques.

Ele e o presidente da cooperativa, Gilberto da Fontoura, convocaram uma reunião com os gerentes das unidades armazenadoras na tarde do dia 02 de maio para traçar o plano tático necessário para enfrentar a situação e evitar que as perdas sejam mais profundas. Na região, a chuva chegou quando, em média, menos de 50% das lavouras estavam colhidas.

É esperado que a soja que ainda puder ser colhida chegue às unidades da Cotrisul com excesso de umidade e, em alguns casos, não se descarta a presença de grãos avariados e germinados. Esse cenário impõe um desafio a mais para a atividade de armazenamento, uma vez que os grãos não podem ser direcionados aos silos muito úmidos.

Marques orientou a equipe para que dedique especial atenção à qualidade e à segurança do serviço prestado. Os grãos podem chegar com umidade próxima a 40%, o que faz com que o trabalho de secagem seja mais demorado e possam se formar filas para a descarga. A situação exige, também, um trabalho criterioso na classificação dos grãos que chegam, pois o excesso de umidade pode levar à germinação e, em casos mais graves, ao apodrecimento.

As unidades Cotrisul se preparam para fazer uma gestão ainda mais criteriosa dos estoques da lenha usada no processo de secagem, já que os danos nas estradas rurais dificultam o reabastecimento do insumo. Da mesma forma, a cooperativa busca formas de garantir o funcionamento das unidades apesar dos cortes no fornecimento de energia elétrica.

As unidades situadas em Cachoeira do Sul, nas localidades do Barro Vermelho e Cordilheira, já estavam sem fornecimento de energia no momento da reunião e a CEEE Equatorial havia anunciado o desligamento do fornecimento em Lavras do Sul e Piratini, o que afeta outras duas unidades armazenadoras.

As enchentes em Cachoeira do Sul levaram à suspensão do transporte de trabalhadores para as duas unidades e isolou a unidade Barro Vermelho. Alguns dos colaboradores da unidade Graneleiro, no Durasnal, que residem em Cachoeira do Sul, também não conseguiram retornar para casa e estão hospedados no alojamento da cooperativa.

Ainda não é possível avaliar os danos na produção

A extensão das perdas provocadas pela chuva nas lavouras só poderá ser realmente contabilizada quando os produtores conseguirem acessar as áreas. E os impactos, claro, serão diferentes de acordo com o terreno. Em áreas de relevo mais alto, os danos tendem a serem um pouco menores que nas áreas de várzea.

A situação preocupa não apenas pelo dano direto nas lavouras por colher, mas porque as enchentes atingiram alguns silos em propriedades rurais que já haviam colhido e estavam com os grãos estocados. Segundo o diretor de Negócios da Cotrisul, Erivelton Marques, já há notícias de alguns associados da cooperativa nessa situação.

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, destaca que a entidade já se tem notícias de perdas importantes. “Muitos produtores que plantam em várzea têm perdas muito grandes, sobretudo na região central do Estado, mas nesse momento não há como dimensionar”, afirmou.

Cooperativa deu início a campanha de solidariedade

O Comitê de Sustentabilidade da Cotrisul deu início a uma campanha de arrecadação de donativos para ajudar os atingidos pelas enchentes, incluindo os trabalhadores da cooperativa e as comunidades rurais, principalmente em Cachoeira do Sul. A campanha é voltada essencialmente ao público interno, mas, claro, aceita doações de outras pessoas.

O objetivo é arrecadar colchões, cobertores, comida não perecível, água, material de construção, eletrodomésticos, lonas, móveis, produtos de limpeza e material de higiene pessoal.

A coordenadora do Comitê, Juliana Tolfo da Fontoura, lembra que em setembro do ano passado, quando uma enchente afetou o vale do Taquari, os funcionários da Cotrisul e os cooperados se uniram para enviar ajuda. “Agora a situação é diferente. Muitos dos associados e dos funcionários sofreram grandes perdas, por isso direcionamos a campanha de ajuda para eles”, detalhou. As doações são recebidas no escritório central, em Caçapava do Sul.

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