A direção da Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, decidiu, em assembléia realizada ontem na sede da empresa, realizar investimentos de R$ 77 milhões nas áreas industrial e operacional, o que vai significar também a expansão da sua área de atuação para cidades do Mato Grosso do Sul. Na mesma assembléia, foi aprovada a alteração da razão social da companhia, que irá também terá uma nova logomarca.
A partir de agora, tendo em vista a orientação do novo Código Civil brasileiro, a Coamo perde a denominação "Limitada" e passa a se chamar Coamo Agroindustrial Cooperativa. "Resolvemos alterar a razão social tendo em vista que a Coamo é um nome forte e nacional e até internacionalmente conhecido. Não se trata mais de uma cooperativa regional, necessitando portanto conferir à marca uma amplitude nacional e internacional", afirmou José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo.
O nome Coamo é originário da sigla da denominação social da cooperativa, instituída por ocasião de sua fundação em 28 de novembro de 1970, que teve como designação "Cooperativa Agropecuária Mourãoense". A empresa há muito tempo se tornou altamente industrializada, deixando de comercializar produtos somente na forma "in natura", mas também industrializados. Assim, junto com a alteração de nome, a assembléia aprovou também uma nova logomarca, com reflexos também nas marcas dos diversos produtos (ver matéria abaixo). "É importante ressaltar que a nova denominação social segue uma tendência de todas as cooperativas com as mesmas características das nossas", afirma.
Plano de investimentos
Na assembléia de ontem, os cooperados aprovaram o novo plano de investimentos. As inversões começam a ser implementadas imediatamente e, em grande parte, já deverão atender as necessidades de recebimento da próxima safra de verão (2003/04). Cerca de 30% dos recursos serão próprios e o restante financiado através de várias fontes como o BNDES, o Prodecoop e a Finame.
Do montante previsto pela cooperativa, R$ 40 milhões serão destinados para ampliações das capacidades de recebimento, expedição, benefíciamento, secagem e armazenamento de produtos agrícolas, bem como a modernização de entrepostos. Outros R$ 10 milhões serão aplicados na ampliação das indústrias de margarina e óleo refinado, além da fiação de algodão.
Para construção de quatro novos entrepostos foram reservados R$ 27 milhões. Eles permitirão ampliar a atual capacidade de recebimento da produção, hoje de aproximadamente 3 milhões de toneladas, para cerca de 3,4 milhões. Conforme informou José Aroldo Gallassini, mesmo com as ampliações a capacidade ainda será inferior aos volumes de recebimento, ao redor de 4,2 milhões de toneladas. Isso significa que a Coamo terá de continuar locando ou arrendando áreas de terceiros.
As novas unidades terão lugar em Faxinal e Marilândia do Sul, no norte do Paraná, além de duas unidades no estado do Mato Grosso do Sul, nas cidades de Amambai e Caarapó. Tratam-se das primeiras unidades nesse estado, tendo em vista principalmente o avanço da produção na região, grande parte representada por produtores paranaenses. "Muitos tem áreas aqui e no MS e outros se transferiram totalmente para lá", afirmou José Aroldo Gallassini.
As unidades, que terão capacidade inicial para recebimento de 360 mil toneladas de grãos, estarão totalmente equipadas para dar assistência técnica e orientação aos produtores, para fornecer insumos, equipamentos e implementos agrícolas. "Vamos começar um amplo trabalho de atração de produtores para compor nossa estrutura na região", afirmou o presidente.