A Case New Holland (CNH), fabricante de tratores e colheitadeiras pertencente ao grupo Fiat, dobrou o volume de exportações no primeiro semestre de 2003 em comparação com o apurado no mesmo período do ano passado.
Os embarques de tratores atingiram 1.196 unidades entre janeiro e junho, volume 107,6% superior às 576 máquinas enviadas ao exterior do mesmo período de 2002. O número de colheitadeiras exportadas cresceu 100%, de 106 para 212 máquinas. Esse volume já supera o total exportado em todo ano passado, de 201 colheitadeiras.
Segundo Mirco Romagnoli, diretor de marketing da empresa, o crescimento é resultado da combinação dos avanços de tecnologia de produção na planta brasileira, localizada em Curitiba (PR), com a conquista de novos mercados, especialmente na área de tratores, no Oriente Médio, África e Ásia.
A empresa montou uma equipe de seis pessoas que desde o ano passado vem se dedicando a aprimorar o desempenho no comércio exterior. "O foco era tratar o cliente externo como o cliente que atendemos no mercado interno. Com isso melhoramos nossos serviços de exportação e ganhamos espaço em outras regiões", diz. Atualmente, 60% das exportações de tratores da empresa já são para países fora da América Latina. Fora dessa região, os principais mercados da companhia são a África (principalmente a África do Sul), o sudeste asiático (Indonésia, Malásia e Tailândia), Oriente Médio e leste europeu.
Para Romagnoli, a boa aceitação das máquinas fabricadas no Brasil nesses países se deve principalmente às semelhanças de solo, topografia, clima e de sistemas de produção. "As máquinas que são produzidas para operar em altas temperaturas no Brasil, por exemplo, tem um ótimo desempenho nas plantações da África, onde o cultivo e o clima são semelhantes", diz.
A fábrica brasileira exporta hoje 20% da sua produção. A meta, segundo Valentino Rizzioli, presidente da CNH, é elevar esse percentual a 25% em 2004. "Além da consolidação do novos mercados na África e na Ásia, acreditamos em uma retomada dos embarques para o Iraque, para atender o processo de reconstrução do país", diz Romagnoli. Antes da guerra, a empresa chegou a enviar 100 máquinas para o país como parte do programa mantido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) que troca derivados do petróleo por bens de primeira necessidade e máquinas agrícolas. Para esse ano, a expectativa é que o total de tratores exportados chegue a 2,5 mil unidades, 78,5% acima do registrado em 2002.
A New Holland lidera o mercado de colheitadeiras no Brasil, onde registrou vendas de 1.016 unidades e 41,1% de participação no primeiro semestre. No setor de tratores, a empresa vendeu, no mesmo período, 3.501 unidades e ficou com 24,5% de mercado, atrás da Agco ( dona da marca Massey Ferguson ) e Valtra.
Com faturamento global de US$ 9,94 bilhões no ano passado, a CNH obteve faturamento de R$ 2,25 bilhões na América Latina em 2002. O grupo é maior fabricante mundial de máquinas agrícolas, com 41% do mercado mundial de colheitadeiras e 28% do de tratores. A fábrica de Curitiba é a terceira maior do grupo e recebeu investimentos de US$ 120 milhões nos últimos anos.