Os preços futuros de soja registraram sua pior queda em uma semana, depois que chuvas inesperadas amenizaram a mais grave seca que atinge as principais regiões produtoras de grãos dos Estados Unidos dos últimos anos. As cotações do grão caíram 1% ontem no pregão da Chicago Board of Trade (CBoT). As chuvas atingiram índices pluviométricos de até 76,2 milímetros em Nebraska e Iowa no final de semana, e para amanhã mais chuvas estão sendo esperadas, segundo informações de meteorologistas. A umidade beneficiará as plantações, limitando os danos à terceira maior safra dos EUA.
"Há chuva suficiente para ajudar as safras nestas regiões", disse Allen Dever, analista da Doane Agricultural Services, em St. Louis. "Será necessária mais chuva ainda nas áreas mais secas para que resulte em algum benefício duradouro", informa o analista. Ogalalla, na margem ocidental da região de soja do Nebraska, recebeu 56,6 milímetros de chuva no domingo, informou o Serviço Nacional de Meteorologia. Na avaliação de alguns analistas, as tempestades chegaram tarde demais para se refletirem nas avaliações semanais das condições da safra que o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) faz. Novas tempestades deverão trazer mais 50 milímetros de chuva entre ontem e hoje nas planícies do norte e no Centro-Oeste, previu o meteorologista Fred Gesser da Planalytics, em Wayne, Pensilvânia.
As temperaturas previstas pela meteorologia deverão chegar a 35ºC em estados como Iowa, Illinois e Indiana na sexta-feira, não tão quentes quanto havia sido prognosticado na última semana. Os registros das exportações de soja do Brasil para a atual safra continuaram intensos na primeira metade de julho, mas serão mais lentos do que no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria do Comércio Exterior (Secex).
Até 15 de julho, o Brasil havia registrado 12,372 milhões de toneladas de soja da safra recorde de 2001/02 para exportação, com queda de 11,4% em relação aos 13,964 milhões de toneladas registrados no mesmo período do ano passado, segundo a Secex. Os registros da nova safra subiram para 1,291 milhão de toneladas na primeira metade de julho, menos que 1,409 milhão de toneladas registrado na primeira metade de junho. A maioria dos analistas prevê que este ano o Brasil exportará cerca de 16 milhões de toneladas, ligeiramente acima dos 15,5 milhões de toneladas exportados no mesmo período de 2001.