
As condições climáticas recentes nos EUA têm trazido notícias promissoras para o Cinturão do milho, a principal região produtora de milho do país. De acordo com o último boletim semanal do USDA, um padrão climático ameno e chuvoso na maior parte do centro e leste dos EUA estabilizou ou melhorou as condições das lavouras.
Durante a semana, várias áreas registraram acumulados de chuva entre 50 a 100 mm, enquanto em algumas localidades, o volume foi ainda maior, causando pontos de alagamentos repentinos. As chuvas mais intensas foram observadas no Nordeste e em partes do meio-Sul e interior do Sudeste dos EUA. No entanto, é importante notar que algumas áreas, especialmente em partes do norte do Cinturão do milho, ainda aguardam por precipitações mais significativas.
Contrastando com esta situação, Texas e as regiões do oeste e centro da Costa do Golfo sofreram com um clima quente e seco, resultando na deterioração das pastagens e condições das lavouras. No Oeste, chuvas esparsas e em sua maioria leves foram registradas, concentrando-se nas áreas das Montanhas Rochosas. Já no Sudoeste, chuvas relacionadas à circulação de monções foram identificadas.
No final da semana, o noroeste do Pacífico experimentou um tempo seco com um aumento gradual nas temperaturas. Em algumas localidades ao longo da costa norte do Pacífico, as temperaturas médias ficaram 2.5°C acima do normal. Em contrapartida, de Nova México ao sul até a Flórida, as temperaturas estiveram em média 2.5 a 5°C acima do usual.
Por outro lado, em regiões estendendo-se das Montanhas Rochosas, Grande Bacia e Oeste Intermontano até a costa média e norte do Atlântico, as temperaturas se mantiveram próximas ou abaixo do normal. De fato, em comunidades espalhadas desde o leste do Oregon até as regiões ocidentais de Nebraska e Dakota do Sul, foi registrado um clima até 2.5°C mais frio que o normal.
Mesmo com as chuvas trazendo alguma melhora nas condições de seca nas lavouras. Pelo menos 49% do Milho americano está situado em setores com sinalização de algum nível de seca. Já as áreas de soja, 43% estão em regiões com classificação de seca. Comparando com a semana anterior, as chuvas trouxeram uma melhora de 8% tanto nas áreas de soja, quanto nas áreas de milho. Mas comparado ao ano anterior, a safra de 2023/24 está com cerca de 20% mais áreas secas.
Culturas: milho, soja, trigo e algodão
Em relação ao avanço dos estádios fenológicos das culturas, o monitoramento indica uma safra levemente mais adiantada se comparada ao ano passado, tanto para o milho quanto para a soja.
No tocante ao milho, até 13 de agosto, 96% da área plantada do país alcançou a floração. Esse número representa um avanço de 3 pontos percentuais em relação ao ano passado, coincidindo com a média de 5 anos. Além disso, 65% da lavoura de milho já estava no estágio de massa, superando em 5 pontos percentuais o ano passado e 2 pontos a média quinquenal. O estágio de dentição foi alcançado por 18% da área de milho deste ano, um progresso de 3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A avaliação de 13 de agosto revelou que 59% do milho estava em condição de boa a excelente, enquanto no estado de Iowa, líder na produção de milho, essa porcentagem chegou a 58%.
Em relação à soja, 94% da área cultivada alcançou o estágio de florescimento até a mesma data, superando em 2 pontos percentuais o ano anterior e a média de 5 anos. Sobre a formação de vagens, 78% da lavoura de soja atingiu esse estágio, 6 pontos percentuais acima do ano passado e 3 pontos acima da média. Em 13 de agosto, 59% da área de soja foi avaliada em condição de boa a excelente.
Quanto ao trigo de inverno, 92% da safra de 2023 foi colhida até 13 de agosto, com um avanço de 3 pontos percentuais em relação ao ano passado. Esse número é consistente com a média dos últimos cinco anos. Durante essa semana, os estados de Idaho, Montana, Nebraska e Washington apresentaram um avanço na colheita superior a 10 pontos percentuais.
Já as lavouras de algodão, 96% da área plantada atingiu o estágio de quadratura, ficando 2 pontos percentuais atrás do ano passado e 1 ponto atrás da média de 5 anos. A formação de maçãs foi observada em 72% da lavoura de algodão, um decréscimo de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior e 5 pontos em comparação com a média. Em 13 de agosto, 13% do algodão já apresentava maçãs abertas. A avaliação dessa mesma data indicou que 36% da área de algodão de 2023 estava em condição de boa a excelente.
Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*