Chuvas irregulares e calor afetam a cana-de-açúcar: produção no Brasil cai 4,8%
Queda reflete os desafios climáticos enfrentados pelos produtores
Segundo dados do terceiro levantamento do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), a safra de cana-de-açúcar no Brasil sofreu um impacto significativo em 2024/25. A produção estimada é de 678,7 milhões de toneladas, uma redução de 4,8% em relação ao ciclo anterior, que havia sido o maior da série histórica.
A queda na produtividade, estimada em 78.048 kg/ha (-8,8%), reflete os desafios climáticos enfrentados pelos produtores. Chuvas irregulares, altas temperaturas e queimadas comprometeram o desempenho dos canaviais. Apesar disso, a área colhida aumentou 4,3%, atingindo 8,7 milhões de hectares.
A produção de açúcar também foi impactada, com uma redução de 3,7%, totalizando 44 milhões de toneladas. O mercado de etanol segue um ritmo semelhante, registrando uma queda de 2,8%, alcançando 28,9 bilhões de litros. Já o etanol de milho foi destaque positivo, com aumento de 22,1% na produção, atingindo 7,22 bilhões de litros, representando agora 20% do total produzido no Brasil.
Em São Paulo, estado líder na produção de cana-de-açúcar, as revisões indicaram uma queda ainda mais acentuada. A nova estimativa é de 348,2 milhões de toneladas, redução de 9,2% em relação ao ciclo anterior. A produtividade paulista caiu 14,5%, afetada pela falta de chuvas até setembro e pelo calor extremo.
Apesar do cenário desafiador, o aumento de 1,6% no ATR médio (136,7 kg/tonelada de cana) é um ponto positivo, reforçando a qualidade do produto final.