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Chuvas afetam drasticamente as lavouras chinesas

Clima extremo na China pode repercutir nos mercados globais



Foto: Divulgação

As consequências do Supertufão Doksuri e de outros fenômenos climáticos recentes continuam repercutindo na China, especialmente no setor agrícola. O país, conhecido como o celeiro do Oriente, enfrenta desafios significativos devido à intensidade dessas chuvas, consideradas as mais volumosas em pelo menos 140 anos em algumas regiões.

Beijing, a capital chinesa, foi particularmente atingida, registrando impressionantes 744,8 milímetros de chuva em um intervalo de poucos dias. Tal volume causou não apenas danos significativos à infraestrutura urbana, mas também agravou a situação das regiões agrícolas circundantes.

A província de Heilongjiang, destacada por sua produção de arroz, foi uma das áreas mais afetadas. Wuchang, cidade relevante nesse contexto produtivo, também relatou vastas extensões de terras agrícolas inundadas.

É importante salientar que as três províncias nordestinas da China - Heilongjiang, Jilin e Liaoning - são vitais para a economia agrícola chinesa. Estas regiões são responsáveis por mais de um quinto da produção total de grãos do país, incluindo cultivos essenciais como soja, milho e arroz.

Os efeitos dessas chuvas não são isolados. Anteriormente, fortes chuvas em maio afetaram a província de Henan, que responde por cerca de um terço da produção de trigo da China. Esse evento climático ocorrido às vésperas da colheita resultou em uma queda de 0,9% na produção de trigo do verão chinês - a primeira redução em sete anos, de acordo com o Bureau Nacional de Estatísticas.

Além das chuvas, ondas de calor também causaram desafios significativos para as lavouras jovens, como milho e soja. A China sofreu sua pior onda de calor e seca em décadas no verão de 2022, afetando tanto a produção alimentar quanto industrial.

Neste cenário, a China tem intensificado seu foco na segurança alimentar, com o líder chinês Xi Jinping destacando a importância da agricultura como base da segurança nacional. As alterações recentes nas políticas comerciais, como a retirada das tarifas antidumping sobre as importações de cevada australiana, podem ser vistas como estratégias para mitigar os impactos dessas adversidades climáticas na segurança alimentar.

Para os leitores do Agrolink, é essencial compreender a magnitude desses eventos na China, um dos maiores players globais no setor agrícola. Os eventos climáticos extremos e suas consequências na produção alimentar chinesa têm potencial para repercutir em mercados agrícolas em todo o mundo.

Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*

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