Chuvas derrubam as espigas de milho, que estavam prontas para a colheita e impedem trabalho nas lavouras.
A colheita do milho de inverno na região de Dourados foi suspensa, devido às chuvas que começaram a cair no final da tarde de terça-feira, com índices elevados para esse período: na Embrapa Agropecuária Oeste foram registrados 43,2 milímetros, mas em outras áreas passou de 50 mm.
Há um mês que a estiagem vinha ocorrendo em todo o sul do Estado. Essa condição vinha favorecendo a retirada da safrinha nas últimas duas semanas, causando filas na entrada das cerealistas e cooperativas em todos os municípios agrícolas.
Mas a entrada de uma frente fria, acompanhada de muita ventania, mudou o tempo, com a chuva começando depois das 16h da terça-feira e somente parando ontem ao meio-dia.
De acordo com a assistência técnica, agora será preciso pelo menos um dia de sol forte para que o milho volte a ser colhido. Ontem a tarde ficou nublada com garoas isoladas e o clima somente deverá ficar ensolarado a partir desta sexta-feira. O milho, antes da mudança do clima, já vinha apresentando teor de umidade acima do normal (14%) e segundo compradores de cereais alguns lotes chegaram a entrar nos secadores com até 24% de umidade. Agora, será preciso mais tempo nas indústrias para que o produto fique com a umidade ideal.
Agrônomos e produtores estimam que 25% da área de milho estejam colhidos; no município de Dourados seriam cerca de 30 mil hectares. O IBGE previu que será colhido 1,2 milhão de toneladas na Grande Dourados e na fronteira, a maior safra da história. Em Mato Grosso do Sul a safrinha deverá render 1,8 milhão de toneladas.
Com relação ao trigo, as chuvas também não alteram o quadro, porque a colheita também já começou e em muitas lavouras as espigas estão em maturação.