China suspende plano para implementar mistura de etanol na gasolina, dizem fontes
China suspendeu seu plano de implementar nacionalmente uma mistura obrigatória de 10% de etanol na gasolina neste ano
A China suspendeu seu plano de implementar nacionalmente uma mistura obrigatória de 10% de etanol na gasolina neste ano, disseram três fontes informadas sobre o assunto, após um acentuado declínio nos estoques de milho do país e diante da capacidade limitada de produção do biocombustível.
Pequim anunciou em setembro de 2017 que a gasolina no país passaria a conter 10% de etanol a partir de 2020, parte de uma ampla reforma de sua indústria de milho que na época sofria com um grande excedente de oferta.
Mas, em uma reunião no final de dezembro com produtores de etanol e grandes empresas de petróleo, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) disse que agora suspenderá a ampliação da medida para além do atual grupo de províncias que já implementaram misturas totais ou parciais, de acordo com duas das três fontes informadas sobre a reunião.
A medida de Pequim - conhecido como meta E10 - foi concebida como uma maneira de digerir as enormes reservas estatais de milho e reduzir a poluição no maior mercado de automóveis do mundo, por meio do uso de combustível mais limpo.
A reversão é um duro golpe para os produtores domésticos que construíram novas usinas, bem como para exportadores do biocombustível, incluindo os Estados Unidos e o Brasil, que buscavam se beneficiar da crescente demanda chinesa.
Os Estados Unidos exportaram cerca de 20% de seu etanol combustível para a China em 2016, em produtos avaliados em cerca de 300 milhões de dólares naquele ano. As remessas americanas caíram desde então. Pequim aumentou taxas de importação de etanol em 2017 para 30% e depois adicionou tarifas sobre as cargas dos EUA duas vezes durante 2018, em meio à guerra comercial entre os países, totalizando outros 40%.
Havia expectativas de que a China aumentasse fortemente suas importações de etanol dos EUA sob a “fase 1” do recentemente anunciado acordo comercial entre os países, mas agora é improvável que haja tanta demanda chinesa por etanol sem a obrigatoriedade da mistura.
“A decisão foi tomada após um estudo mais aprofundado, que sugere que qualquer promoção de gasolina com etanol deve se basear na condição prévia de que a segurança alimentar esteja garantida”, disse uma das fontes familiarizadas com o plano de Pequim, em referência ao declínio das reservas de grãos na China.