China eleva importação de carne suína, libera estoque para ampliar oferta
A China concordou em começar a importar carne suína da Argentina este ano
O Ministério do Comércio da China informou nesta quinta-feira que buscará aumentar as importações de carne suína e também liberar carne de porco congelada, carne bovina e de carneiro das reservas estatais, no “devido tempo” para aumentar a oferta no mercado.
Os comentários foram feitos no momento em que os preços da carne suína no maior consumidor mundial de carne atingiram um recorde, depois que uma epidemia de peste suína africana varreu o rebanho do país, matando milhões de animais.
O rebanho suíno do país encolheu quase um terço ante o ano passado, segundo dados oficiais, e os preços da carne suína dispararam desde junho.
As importações de carne já aumentaram 36% nos primeiros sete meses deste ano, e os analistas esperam que dobrem em relação aos níveis de 2018 em 2020.
“Continuaremos... incentivando a expansão das importações de carne suína”, disse o porta-voz do ministério Gao Feng a repórteres em um briefing regular.
A China concordou em começar a importar carne suína da Argentina este ano e também poderia aprovar plantas adicionais para exportação do Brasil e da Grã-Bretanha.
Com o problema na China, a demanda por carnes do Brasil está crescendo, com o setor falando em “bonança perfeita”, e outros fatores positivos influenciando os negócios. Mas a indústria brasileira ainda aguarda a liberação de mais unidades para exportação.
Gao também disse que a China liberará carne de suas reservas para estabilizar os suprimentos.
A China costuma liberar parte de sua carne armazenada quando os preços estão altos ou durante períodos de alta demanda, como as semanas que se seguem ao feriado do Ano Novo Lunar, o maior festival do país.
O governo liberou 9.600 toneladas de carne de porco das reservas em janeiro, segundo relatos da mídia estatal. Mas, embora os volumes totais detidos pelo país não sejam conhecidos, os analistas dizem que é improvável que sejam significativos o suficiente para ter uma influência real sobre os suprimentos do mercado.[
“O governo quer apoiar o mercado, mas isso é mais um gesto político”, disse Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank.
Os preços do varejo de carne de porco saltaram 7,8% na semana até 14 de agosto, atingindo 32,4 iuanes por quilo, segundo dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, quase 50% a mais do que na mesma época do ano anterior.
O gabinete da China pediu medidas para apoiar a recuperação da produção.