China corta juros para estimular economia
Essa medida visa facilitar o acesso ao crédito
O Banco Central da China reduziu, na segunda-feira, 21 de outubro, as principais taxas de juros em 25 pontos-base, conforme a Hedgepoint Global Markets. A Taxa Preferencial de Empréstimo (LPR) de 1 ano foi ajustada para 3,1%, enquanto a LPR de 5 anos caiu para 3,6%.
Essa medida visa facilitar o acesso ao crédito e estimular a economia, que enfrenta desafios como a crise de confiança interna e a desaceleração no setor imobiliário. A inflação extremamente baixa no país, com risco de deflação, tem sido uma preocupação desde 2023, justificando a flexibilização monetária para tentar reativar a demanda interna.
Victor Arduin, analista de macroeconomia e energia da Hedgepoint Global Markets, destaca que o crescimento chinês está sendo sustentado pelas exportações, já que a demanda doméstica segue fraca. Ele também observa que o Renminbi desvalorizou 1,44% em outubro, o que pode beneficiar a competitividade dos produtos chineses. No entanto, a redução do diferencial de juros entre China e EUA tem afetado o câmbio, com possíveis novos cortes de juros em 2025, caso o Federal Reserve também flexibilize sua política monetária.
Felipe Schuckar, Head da mesa de FX na Hedgepoint, afirma que os estímulos monetários e fiscais na China podem ter um efeito positivo, mas serão graduais. O maior desafio é converter esses incentivos em maior demanda interna, algo que tem sido complicado devido ao fraco sentimento dos consumidores.
Apesar da crise imobiliária, que reduziu os investimentos em mais de 11% em 2023, a economia chinesa ainda pode atingir um crescimento de 5% este ano. Contudo, os desafios para 2025 permanecem significativos.