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CGG Trading projeta competição mais acirrada no mercado de grãos da Argentina

Cenário vai ser mais competitivo



A trading brasileira de grãos CGG projeta uma competição mais acirrada no mercado argentino após a liberalização das exportações realizada pelo governo federal, disse à Reuters o novo presidente da operação da companhia no país vizinho.

"O cenário vai ser mais competitivo. Agora é um mercado aberto, com concorrência. O nível de margem (da comercialização) pode não ser tão grande quanto foi no passado", afirmou o executivo Ismael Blum Menezes, que assumiu em janeiro o posto ocupado por Alexandre Cavalcanti.

O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, eliminou em dezembro as tarifas sobre as exportações de milho e trigo, como parte de seu plano de revitalizar o setor agrícola do país, depois de anos de conflitos entre produtores rurais e governo.

Também reduziu as tarifas de exportação de soja, principal cultivo do país, de 35 por cento para 30 por cento.

A CGG Trading movimentou cerca de 4,5 milhões de toneladas de grãos em 2015, sendo 1 milhão por meio da divisão na Argentina, que coordena também negócios realizados no Uruguai e no Paraguai.

A expectativa do novo executivo da empresa na Argentina é repetir o volume de 1 milhão de toneladas em 2016, majoritariamente soja e milho, mas também trigo, cevada e sorgo.

Contudo, o plano é melhorar a margem obtida pela empresa nessa comercialização.

"Queremos fazer este ano com uma rentabilidade um pouco maior", disse Menezes, admitindo que a estimativa é conservadora, em meio ao cenário de maior interesse global por grãos argentinos.

"A gente acredita que dá para fazer volume maior, mas com bastante cuidado, até para que não entre em euforia", afirmou o executivo brasileiro, por telefone direto de Buenos Aires.

A divisão argentina da CGG não detém grande infraestrutura própria. Ao contrário, exporta por diversos portos do país, como os de Bahía Blanca e os terminais do Rio Paraná, por meio de acordos com operadores locais.

MILHO E TRIGO

Menezes projeta um bom interesse de compradores brasileiros por trigo e milho da Argentina.

"Nas últimas duas ou três semanas... vimos várias empresas brasileiras tentando comprar milho na Argentina para suprir problemas de curto prazo", disse ele, sem dar detalhes de negócios e sem revelar se a CGG realizou embarques.

Em meio à forte exportação brasileira, indústrias de aves e suínos no Brasil têm reclamado de escassez de milho e preços elevados, principalmente no Sul do país, em Estados que fazem fronteira com a Argentina.

O executivo da CGG também projeta boa demanda por parte dos moinhos de trigo do Brasil, após problemas climáticos reduzirem novamente o tamanho da safra e a qualidades grãos no Rio Grande do Sul e no Paraná.

"O volume e a qualidade de trigo do Brasil vão abrir oportunidade para demanda de trigo argentino. A gente vê uma oportunidade boa", estimou.

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