Cenário de trigo é de cautela

As análises da TF Agroeconômica revelam um cenário de cautela para o trigo, apesar da reversão das cotações de Chicago para cima. Ainda que esses movimentos não sejam suficientes para gerar otimismo, há indícios de potencial melhora. A cotação para dezembro de 2024, por exemplo, permite preços internos ao redor de R$ 64/saca, abaixo dos custos de produção calculados por entidades estaduais do Paraná e do Rio Grande do Sul.

Contudo, dados do USDA e do IGC apontam para uma maior demanda global em relação à oferta, o que pode beneficiar os trigos brasileiros tanto no mercado interno quanto nas exportações. Mesmo com previsões indicando uma menor área plantada, é possível que a procura pelo trigo nacional se mantenha, especialmente se a qualidade do produto for adequada.

A expectativa é de que a menor área plantada em comparação com a safra anterior, conforme previsto inicialmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não prejudique a demanda pelo trigo brasileiro. Pelo contrário, é possível que a procura se mantenha ou até mesmo aumente, desde que a qualidade do produto seja adequada. Isso ressalta a importância de os produtores atentarem para os padrões de qualidade, visando alcançar os objetivos comerciais com o trigo.

Com base nas projeções do INPE, espera-se um clima favorável para o plantio de trigo nos principais estados produtores do Sul do Brasil durante os meses de abril a junho. Essa previsão é encorajadora para os agricultores, sugerindo condições propícias para o desenvolvimento inicial da cultura e alimentando expectativas positivas para a safra de 2024.

Em suma, embora desafios persistam, como as estreitas margens de lucro e os custos de produção elevados, há elementos que apontam para perspectivas promissoras no mercado do trigo brasileiro. A demanda global crescente, aliada a um clima favorável e previsões precisas, oferece oportunidades para os produtores aproveitarem ao máximo o potencial da safra de 2024.