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CBL movimenta 60% do sorgo exportado por Paranaguá - Produto foi a maior surpresa do mercado de grãos neste ano



Das 250 mil toneladas de sorgo que devem ser exportadas até dezembro pelo Porto de Paranaguá, 60% - perto de 150 mil toneladas – passarão pelo terminal da Companhia Brasileira de Logística (CBL), um dos nove terminais do corredor de exportação do Porto de Paranaguá. Os produtores e as trades (empresas responsáveis pela comercialização dos grãos) têm escolhido o terminal pela garantia de conseguir espaço, mesmo em época de safra de outros produtos como soja em grão, farelo e açúcar. “Planejamos um terminal multifuncional para poder garantir ao cliente espaço para os produtos mesmo em épocas de várias safras”, diz o gerente geral Washington Viana. A capacidade da CBL de armazenar até quatro produtos e embarcar até dois simultaneamente garantiu segurança e agilidade na exportação do sorgo, que teve uma produção e uma exportação muito acima das expectativas.

O aumento da oferta do produto para o mercado externo foi a grande surpresa no mercado de exportações de grãos neste ano. Com uma produção crescente e estoques de mais de 1,2 milhão de toneladas, o produto cultivado no Brasil e antes utilizado apenas para o mercado interno passou a ser exportado em especial para os países da Europa. Paranaguá está sendo a principal fonte de escoamento do sorgo para o exterior e o terminal da CBL o grande responsável pelo sucesso da comercialização do produto no mercado internacional. “Tivemos um atendimento muito ágil, por isso escolhemos a CBL”, diz o trader da Glencore para sorgo, Thomas Von Rymon. A subsidiária brasileira da suíça Glencore, uma das principais corretoras de grãos do mundo, pretende embarcar sorgo por Paranaguá até o final do ano.

A Bunge Alimentos, referência no setor de grãos e alimentação, com clientes em cerca de 30 países, também escolheu o terminal da CBL para exportar boa parte da sua produção. “Escolhemos a CBL pela questão da logística, pois a empresa está bem estruturada, com várias células para armazenar produtos e capacidade de atender bem”, explica o gerente de Operações Portuárias da empresa, Jorge Tacla Filho. “Só não vamos utilizar o terminal da CBL se ele estiver lotado”. Esse foi o primeiro ano que a Bunge trabalhou com sorgo para exportação. Já embarcou cerca de 35 mil toneladas e, até o final do ano, deve exportar mais 25 mil.

O sorgo é cultivado há milhares de anos e não se tem certeza se a sua origem é a África ou a Índia. Há a espécie forrageira, utilizada para silagem, e a espécie em grãos, destinada à alimentação animal, como ração, na substituição do milho. O grande aumento das exportações neste ano do sorgo em grão aconteceu em função da produção maior do que a demanda interna. “Embora seu uso principal seja na avicultura e suinocultura como alternativa mais econômica em relação ao milho, o sorgo pode ter inúmeros destinos, como a produção de álcool anidro e, inclusive, a alimentação humana”, explica o consultor na área de grãos Celso Finck.

As várias utilizações do produto – no Brasil cultivado principalmente nas regiões do Mato Grosso e de Goiás – começaram neste ano a ser percebidas também pelo mercado externo. Agora, além dos países da Europa, o produto já começa a atrair a atenção dos japoneses, que adotam critérios rígidos na importação de grãos. “A conquista e manutenção de mercados exigentes como o Japão e a Europa depende diretamente da oferta de produtos de qualidade e da eficiência operacional na exportações”, lembra Finck. Para atender esses requisitos, a CBL possui gestões especiais para cada produto, o que garante segurança e agilidade para o produtor e o comprador.

Mais um pouco sobre o sorgo:

A moderna planta de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é um produto da intervenção do homem, que domesticou a espécie e, ao longo de gerações, vem transformando-a para satisfazer as necessidades humanas. Sorgo é uma extraordinária fábrica de energia, de utilidade em regiões muito quentes e muito secas, onde o homem não consegue boas produtividades de grãos ou de forragem cultivando outras espécies, como o milho.

A origem do sorgo está provavelmente na África, embora algumas evidências indiquem que possa ter havido duas regiões de dispersão independentes: África e Índia. A domesticação do sorgo, segundo registros arqueológicos, deve ter acontecido por volta de 3000 AC, ao tempo em que a prática da domesticação e cultivo de outros cereais era introduzida no Egito Antigo à partir da Etiópia.

O sorgo atingiu a Europa através da Itália, provavelmente com sementes trazidas da Índia por volta de 60 a 70 anos DC. O sorgo não é nativo do hemisfério ocidental e nas Américas é de introdução bem mais recente, chegando aos Estados Unidos por volta da metade do século XIX.

No Brasil, seu cultivo começou a partir dos anos 70, em especial nas regiões quentes e secas como Mato Grosso e Goiás.

Representa hoje a quinta cultura em volume de exploração agrícola do mundo, sendo explorado como sorgo forrageiro – para silagem ou pastoreio e como sorgo granífero ou em grãos, destinado para alimentação humana e, principalmente, animal. Na avicultura e suinocultura é considerado uma alternativa estratégica principalmente quando o milho alcança preços proibitivos no mercado interno. O sorgo cultivado no Brasil começa a ser apresentado e aceito com boa qualidade aos países compradores da Europa – maior mercado importador – e já atrai a atenção dos japoneses, compradores que adotam critérios rígidos na importação de grãos.

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