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Novo método identifica cenários para a contaminação da água

Equipes da Embrapa desenvolvem método inovador para identificar vulnerabilidade de águas subterrâneas à contaminação por agrotóxicos


Foto: Pixabay

Pesquisadores da Embrapa anunciaram o desenvolvimento de um método revolucionário para identificar áreas agrícolas mais suscetíveis à contaminação de águas subterrâneas por agrotóxicos. Utilizando análises de dados geoespaciais, o método tem como objetivo principal auxiliar nas avaliações de risco ambiental solicitadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para o registro de novos produtos.

Os resultados do estudo, realizados em um projeto cofinanciado pelo CNPq e publicados pela Embrapa no final de 2023, destacam a aplicação de um modelo que considera diversos fatores, incluindo o tipo de solo, umidade, profundidade do lençol freático e tempo de exposição do agrotóxico ao solo. Rafael Mingoti, analista da Embrapa Territorial e um dos autores do estudo, enfatizou a preocupação com a segurança durante a estimativa dos riscos.

Uma das vantagens do novo método é sua adaptação às condições brasileiras, considerando a diversidade climática e de solos do país. Enquanto as análises tradicionais seguem os procedimentos da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), o método desenvolvido pela Embrapa é mais adequado à realidade nacional. O estudo, que incluiu uma aplicação no estado de São Paulo, identificou os cenários mais críticos para contaminação em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, citros e soja.

Claudio Spadotto, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coautor do estudo, ressaltou a importância da identificação de cenários críticos para auxiliar na tomada de decisão em processos regulatórios e no ordenamento territorial. Ele mencionou ainda que os parâmetros dos cenários críticos serão incluídos na base de dados da tecnologia ARAquá, recomendada pelo Ibama para avaliação de riscos ambientais em processos de registro de agrotóxicos.

O estudo também tem potencial para expansão, com planos para aplicação do método em outras regiões do Brasil. Spadotto destacou que novos trabalhos estão sendo planejados para adaptar o método a diferentes partes do território nacional, utilizando os dados necessários e realizando ajustes conforme a realidade de cada região.

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