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Captura de lagosta agora tem limite

“Esse é um primeiro passo para garantir à pesca da lagosta um futuro promissor"



A medida estabelecendo um limite de captura impacta positivamente a população de lagostas A medida estabelecendo um limite de captura impacta positivamente a população de lagostas - Foto: Pixabay

A safra de lagosta de 2024 iniciou em 1º de maio com um novo horizonte, marcado pela Portaria Interministerial MPA/MMA Nº 11/2024, estabelecendo um limite de captura de 6.192 toneladas para a lagosta vermelha e verde. Essa medida representa uma conquista alcançada através da colaboração entre pescadores, comunidade científica e indústria. 

A Oceana desempenhou um papel crucial nesse processo, promovendo debates, conduzindo estudos e avaliações de estoque, contribuindo para uma decisão governamental embasada em informações sólidas e considerações sobre os desafios enfrentados pelas comunidades pesqueiras tradicionais e pela indústria. Ademilson Zamboni, diretor-geral da Oceana, enfatiza a importância dessa conquista dentro do contexto da política pesqueira nacional, ressaltando a necessidade de uma revisão ampla nesse âmbito.

“Esse é um primeiro passo para garantir à pesca da lagosta um futuro promissor. É fundamental que esse limite de captura seja respeitado, bem monitorado e que medidas complementares para recuperar o estoque sejam debatidas e gradualmente incorporadas nas próximas safras”, completa o diretor-científico da Oceana, o oceanógrafo Martin Dias.

A medida estabelecendo um limite de captura impacta positivamente a população de lagostas, que diminuiu mais de 80% desde a década de 1950, com o início da pesca em Pernambuco e no Ceará. Em 2015, o estoque pesqueiro estava abaixo de 18% de sua biomassa antes da pesca, representando um risco de colapso iminente para essa pescaria valiosa, envolvendo milhares de famílias e gerando uma receita em exportações de R$ 400 milhões em 2022. 

A medida reflete uma mudança de paradigma, unindo diferentes partes da cadeia produtiva em busca da sustentabilidade, visando recuperar a biomassa do estoque pesqueiro a médio prazo. Controlar os volumes de produção é crucial para manter a pesca sustentável, e o estabelecimento de um limite anual de pesca representa um grande avanço nesse sentido, como prevê Martin Dias.

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