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Câmbio desfavorável traz preocupação ao produtor

Se por um lado o plantio de soja está indo bem, a etapa comercialização preocupa os produtores mato-grossenses


Se por um lado o plantio de soja está indo bem, a etapa comercialização preocupa os produtores mato-grossenses. E o vilão é a variação cambial. Com o dólar desvalorizado frente ao real, cotado a R$ 1,70 (média), o rendimento financeiro dos produtores ficará comprometido nesta temporada, caso não haja uma reação da moeda americana. E mais uma vez, os produtores estaduais, que têm a maior produção nacional, enfrentarão uma fase ruim do ciclo, mesmo tendo pontos favoráveis, a exemplo do clima.

O diretor- administrativo da Aprosoja, Carlos Henrique Fávaro, exemplifica dizendo que a saca de soja (60 kg) vendida a US$ 15 (média histórica para o Estado) dará um rendimento de R$ 25,50 com o dólar a R$ 1,70, enquanto deveria resultar em R$ 30, ou seja, com dólar acima de R$ 2. "Isso porque os custos com insumos, que são fertilizantes, adubos, fungicidas e outros produtos são "dolarizados" e quando convertidos para o real deveriam resultar em um número positivo para o produtor. Mas do jeito que está, não estamos bem", acrescenta o diretor ao complementar que a saca a R$ 25,50 não cobre nem mesmo os custos de produção do grão.

Mesmo com um cenário negativo para a comercialização, Fávaro orienta que os sojicultores do Estado fiquem atentos aos preços praticados no mercado futuro. Segundo ele, nesta segunda-feira (16), os valores cotados para as vendas futuras estavam animadores, com o valor do bushel atingindo picos de US$ 10,15, valor 3,5% a mais que os US$ 9,82 registrados na semana passada. "O produtor deve se atentar para os preços e quando possível fechar as negociações, aproveitando os valores altos. Dessa forma terá um menor impacto na renda se a taxa cambial permanecer no valor atual".

O último levantamento do Imea (de outubro), aponta que do total plantado no Estado na safra 2009/2010, 29% foi comercializado. O percentual é maior que o verificado no mesmo período do ano passado que registrou 26,8%. Por conta da desvalorização do dólar em relação à moeda brasileira, Fávaro avalia que o percentual não tenha registrado avanço considerável, uma vez que os produtores estão esperando uma recuperação da moeda norte-americana para fechar negócios.

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