Calor intenso afeta produção de leite no Rio Grande do Sul
A suplementação alimentar será essencial para minimizar as perdas
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Segundo boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar, as altas temperaturas registradas nas últimas semanas impactaram diretamente o bem-estar dos rebanhos e a produção leiteira no Rio Grande do Sul. O estresse térmico foi mais intenso em sistemas a pasto, onde os animais reduziram o tempo de pastejo, buscando sombra e proximidade de fontes de água.
Nos sistemas confinados, estratégias como ventilação forçada e aspersão de água foram adotadas para minimizar os efeitos do calor. Além disso, muitos produtores alteraram os horários de ordenha, atrasando a primeira e antecipando a segunda, para preservar o bem-estar dos animais. A suplementação alimentar com ração e silagem foi intensificada em locais cobertos, reduzindo a exposição direta ao sol e garantindo o consumo adequado dos alimentos. O manejo sanitário segue eficiente, com atenção ao controle de ectoparasitas, como carrapatos e mosca-dos-chifres.
A região de Bagé, na Campanha, sofreu com a escassez de pastagens, apesar das chuvas pontuais no final de janeiro. Muitos produtores controlam o pastejo para preservar a vegetação.
Em Alegrete, a situação é mais grave, com perda total de algumas pastagens. A produção de leite na região caiu 40% em relação ao mesmo período de anos anteriores. Já em Santa Maria, a menor oferta de forragem resultou em uma queda estimada de 30% na produção diária de leite. Em Santa Rosa, a produção recuou entre 5% e 10%, com relatos de aumento nos casos de Leite Instável Não Ácido (LINA), devido à falta de volumosos de qualidade.
Nas regiões de Caxias do Sul e Erechim, as chuvas ajudaram a manter a oferta de pastagens e melhorar a qualidade da forragem. No entanto, a umidade elevou o risco de mastite e problemas nos cascos.
Já em Porto Alegre, a suplementação alimentar garantiu estabilidade na produção, enquanto Pelotas enfrentou dificuldades adicionais com falta de energia elétrica e aumento nos custos de insumos. Em Passo Fundo, a situação segue estável, mas foi necessário reforçar o uso de silagem. Além disso, houve aumento na infestação de parasitas, como carrapatos e mosca-dos-chifres, impactando o bem-estar animal.
Com a previsão de continuidade do calor e a oferta reduzida de pastagens, a produção leiteira do estado deve seguir em leve queda nas próximas semanas. A suplementação alimentar será essencial para minimizar as perdas e garantir a manutenção dos rebanhos.