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Calor favorece as lagartas: O QUE FAZER?

“Mesmo com mais investimento, mesmo o produtor ‘segurando’ para plantar, lagartas estão presentes mais cedo”


Foto: ISCA

O engenheiro agrônomo Daniel Dias Rosa, da consultoria Agrotech Brasil, alerta para o aumento dos ataques de lagartas à cultura da soja no início do ciclo agrícola. Ele destaca que áreas monitoradas pela consultoria registram um aumento anormal de mariposas, diminuindo um desafio devido à falta de chuva e ao calor intenso. Isso acelera o ciclo de regras, especialmente lagartas, exigindo um manejo mais frequente, enquanto os inseticidas químicos podem ter eficácia reduzida em comparação com o passado.

O sócio da Agrotech relata levantamentos recentes que apontam perdas de produtividade de 10% a 15% nas colheitas de sementes de soja devido à ação de lagartas. Ele destaca o aumento dos custos, passando de duas ou três aplicações para cinco a oito, em resposta ao aumento da presença desses insetos. Armadilhas de monitoramento da Agrotech identificaram alta incidência de Spodoptera frugiperda, com 80 a 100 indivíduos adultos por dia, representando uma preocupação significativa. Durante o florescimento da soja, foi observada uma oviposição expressiva de Helicoverpas.

Para o consultor, ingredientes ativos como benzoato, clorpirifós, clorantraniliprole, além de todas as diamidas, registram redução acentuada de desempenho. “Hoje não há como trabalhar só com químico, mas buscar a integração de manejo. Uma das recomendações é agregar vírus, baculovírus especialistas em lagartas. Não gostamos da palavra resistência, mas com a perda real da performance de químicos, estudos indicam que diferentes lagartas caminham para a resistência”, finaliza Daniel Dias Rosa.

“Mesmo com mais investimento, mesmo o produtor ‘segurando’ para plantar, lagartas estão presentes mais cedo”, diz o doutor em entomologia Eduardo Moreira Barros, fundador da Supera Soluções Agronômicas. “Atribuo esse cenário à chuva antecipada e à temperatura mais elevada. O inseto encontra o que comer e o calor extremo acelera seu metabolismo. Tenho rodado lavouras em V2, V1 e em quase todas as áreas há lagartas”, conclui.

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