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Calor eleva venda de suco de laranja para a União Européia


A temporada de forte calor na Europa, que vivencia um dos verões mais rigorosos da história, tem contribuído para aumentar a demanda de suco de laranja em cerca de 13% nos últimos meses. "Com o calor, os estoques locais estão sendo escoados mais rapidamente e os pedidos de suco do Brasil cresceram sensivelmente nas últimas semanas", diz Ademerval Garcia, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus). Segundo ele, o aumento da demanda deve elevar em 100 mil toneladas os embarques brasileiros para a Europa no decorrer desta safra.

Historicamente o continente responde por 70% das vendas brasileiras no mercado externo, ou seja, volume que se situa em 700 mil toneladas ao ano. "Os principais consumidores são os países da Europa Germânica: Suíça, Alemanha, Holanda e Escandinávia", diz.

Com o registro de altas temperaturas em todo o continente europeu, países que tradicionalmente não consomem suco de laranja em grande volume, a exemplo das áreas do mediterrâneo, aumentaram as compras do produto.

O bom desempenho das vendas à Europa deve provocar mudanças nas previsões iniciais da Abecitrus para as exportações brasileiras ao longo deste ano. "Haverá aumento de 9%", calcula o executivo da associação. Com isso, as exportações que estavam projetadas em 1,1 milhão de toneladas para este ano, devem ultrapassar os 1,2 milhão de toneladas. A receita está estimada em US$ 1,4 bilhão para o período.

Além do bom desempenho da Europa, o aumento da demanda da China também sustentará o crescimento das exportações em 2003. "Os embarques para a China ainda não são muito expressivos, mas crescem gradualmente", diz. Em 2001 as vendas de suco de laranja brasileiro para o mercado chinês somaram 15 mil toneladas, volume que dobrou em 2002 e deve alcançar 50 mil toneladas este ano.

Previsão de safra

Segundo a Abecitrus, a seca registrada no Brasil nos últimos meses causou redução de 10% no volume de processamento de laranja até agora, prejudicando também as frutas tardias. Se a queda se confirmar pelo restante da safra, o processamento será 10% menor, alcançando 225 milhões de caixas, ao invés das 250 milhões previstas inicialmente, resultando em menos 100 mil toneladas de suco. A queda de produção somada às 100 mil toneladas de demanda extra na Europa pode criar um déficit de 200 mil toneladas no decorrer da safra 2002/03. "Ainda que as chuvas voltem com vigor na época própria, isto é, final de setembro, haverá uma perda de pelo menos 40 mil toneladas nesta safra."

Projeções da entidade, colocam a produção de laranja em São Paulo em 280 milhões de caixas de 40,8 quilos. Já produção de suco deve oscilar entre 800 mil e 900 mil toneladas. "Não fossem os estoques de cerca de 300 mil toneladas da safra passada não daríamos conta da demanda de exportações deste ano."

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