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Caliman faz parceria com produtores



A partir do mês de janeiro, assentados rurais, governo estadual e a empresa capixaba Caliman Agrícola S.A. - a maior exportadora de mamão do País - começam a implantar um projeto pioneiro no Ceará em termos de concepção, organização dos produtores e garantias de comercialização.

Articulados, os três segmentos vão investir 7,13 milhões para cultivar, em sistema orgânico e irrigado por microaspersão, 176 lotes de 3 hectares com mamão (tipo formosa) na península de Curupati, na bacia do Castanhão - barragem que está em conclusão no município de Nova Jaguaribara, a 290 quilômetros de Fortaleza.

Europa e Canadá

Pelo protocolo, que será assinado hoje, a Caliman se compromete a repassar tecnologia aos agricultores, e responder por eventuais falhas, além de assegurar a compra de toda a produção a US$ 0,13 o quilo.

Os produtores rurais por sua vez, se obrigam a fornecer produto de qualidade, cujo destino será abastecer os mercados europeu e canadense, e, posteriormente os Estados Unidos. Apenas 20% dos frutos obtidos serão comercializados no mercado nacional.

No projeto, a Caliman Agrícola aplica R$ 1,5 milhão em "packing house" e câmaras frigoríficas, ao passo que o governo investe R$ 656 mil em infra-estrutura, além de acompanha o projeto como uma espécie de árbitro.

O Banco do Nordeste, por sua vez, disponibiliza financiamentos de R$ 35 mil para cada produtor, com juros de 8% anuais e prazo de 8 anos para amortização.

Oito grupos

Para garantir maior eficácia ao projeto, os produtores foram organizados em oito grupos com razões sociais próprias. "Se uma grande associação for mal administrada todo o projeto fica comprometido. Assim fica mais fácil identificar os grupos menos dinâmicos", argumenta o diretor de Apoio à Produção da Secretaria Estadual da Agricultura Irrigada (Seagri), Francisco Zuza Oliveira.

Outra providência no projeto foi abrir três contas bancárias distintas para os agricultores - uma livre para movimentação; outra, destinada para amortizar o empréstimo bancário; e finalmente uma terceira para reinvestir na lavoura.

"É uma precaução, pois alguns produtores não tem noção exata da gestão do negócio", afirma Oliveira. "Nenhum projeto de agricultura irrigada na região Nordeste chegou a esse nível de detalhamento e segurança para o produtor", acrescenta o diretor da Seagri.

No projeto Curupati, cada produtor rural vai dividir o lote de três hectares em quatro partes iguais, destinando-as ao plantio, início da produção, colheita e descanso da terra. A estratégia é para jamais haver interrupção na colheita desgaste com os mercado comprador. "A parceria resolve a maior dificuldade do pequeno produtor, a logística e comercialização, e para a empresa Caliman Agrícola, se reduz o risco do investimento dessa monta", afirma Oliveira.

Em plena maturação do projeto - prevista para o ano de 2005 - a meta é produzir 14,8 mil toneladas de mamão, exportando US$ 8,3 milhões anuais. Conforme o diretor-comercial da Caliman, Francisco Faleiros, a empresa, com negócios no Espírito Santo e Rio Grande Norte, exportou 2,8 milhões de caixas de mamão em 2001 e pretende alcançar 3,8 milhões de caixas este ano - cada caixa pesa 3,5 quilos.

Primeira plantação

Os produtores incluídos no projeto farão a primeira plantação depois que foram desalojados da cidade de Jaguaribara, inundada pelas águas da barragem Castanhão, com capacidade total para 6,7 bilhões de metros cúbicos.

Darlan Moreira

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