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Café pode ser impactado pelo El Niño

Fenômeno deve persistir durante todo o período de desenvolvimento da safra



Foto: Pixabay

As exportações brasileiras refletindo diferenciais nas origens; confira análise da hEDGEpoint Global Markets

•    Em resumo, as exportações brasileiras de café confirmaram as expectativas de que o mercado internacional continua faminto por robusta, e que o Brasil, com diferenciais mais baixos em comparação com outras origens tradicionais, está emergindo como uma alternativa.

•    Ainda assim, NY permanece em consolidação, em antecipação à próxima safra 24/25 no Brasil. A maioria dos agentes de mercado está otimista com o potencial que a safra possui atualmente - com índices de vegetação positivos em todas as regiões e um aspecto saudável da folhagem nas árvores.

No entanto, um obstáculo pode ser encontrado com o El Niño: espera-se que o fenômeno persista durante todo o período de desenvolvimento da safra.

Na semana anterior, os preços do Café mantiveram a tendência de consolidação — refletindo os fundamentos de 23/24 que já foram precificados pelo mercado. Ao chegar em meados de agosto, todos os olhos se voltam para o Brasil, à medida que a colheita entra em suas últimas etapas e a florada de 24/25 nos próximos meses oferecerá a primeira visão do potencial da próxima safra.

No entanto, segundo relatório da hEDGEpoint Global Markets, alguns fundamentos ainda podem contribuir para a discussão, especialmente no que diz respeito ao blend de arábica/robusta nas origens e destinos, e consequentemente, para onde a arbitragem entre NY e LN pode estar direcionada.

As exportações brasileiras de julho mostram dois pontos principais: 

i)    Os embarques de arábica retornando aos níveis médios após um semestre com volumes relativamente mais baixos - consequência de vendedores mais ativos nas semanas anteriores; 
ii)    Exportações de robusta/conilon acima dos níveis médios para o período;

“Como destacado em relatórios anteriores, o Brasil tinha o potencial de fornecer mais robusta ao mercado internacional devido aos elevados diferenciais FOB no Vietnã, Indonésia e Índia. Além disso, o spread interno também encurtou, levando a níveis mais elevados de exportações”, explica Natália Gandolphi, analista da hEDGEpoint Global Markets.

“Esperamos que as exportações brasileiras de conilon mais que dobrem no ciclo 23/24, passando de 1,47 milhão de sacas para 3,7 milhões. O aumento deve ser impulsionado especialmente por destinos tradicionais, e as exportações deste mês já demonstram isso: as importações da União Europeia passaram de 56 mil sacas no mês passado para pouco mais de 230 mil, com a Bélgica como principal destino. No entanto, números acumulados para este ano apontam que a Colômbia ainda é o principal destino - com um total de 290 mil sacas de janeiro a julho”, complementa a analista. 

Ainda segundo a analista, intuitivamente, os níveis de arbitragem NY-LN estão positivamente correlacionados com a demanda global por robusta.  Ainda assim, a maior parte do efeito é observada no próximo ciclo. O que isso significa para a demanda por robusta em 23/24? Vê-se potencial para um aumento no próximo ciclo, embora menor do que o que está sendo observado atualmente no ciclo 22/23, à medida que o mercado se ajusta aos novos níveis de arbitragem.

A análise é da hEDGEpoint Global Markets.

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