Cachaça paulista conquista prêmio nacional
FAESP parabeniza vencedores do Prêmio de Cachaça de Alambique da CNA
Dois produtores paulistas de cachaça ficaram entre os vencedores do Prêmio CNA Brasil Artesanal Cachaça de Alambique 2022, cujo resultado foi divulgado ontem (9/11). A Cachaça Margô Premium, do produtor Fernando Bomfim Margarido, de Sales Oliveira, conquistou o 3º lugar e a Cachaça Engenho Fazenda Velha, dos produtores Alexandra e Fabio Polacchini, de Nova Odessa, ficou em 4º lugar, ambas na categoria amarela. A competição foi realizada pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em parceria com o Sebrae, dentro das ações do “Juntos pelo Agro”, um acordo de cooperação técnica para fomento e promoção do setor agropecuário.
Cerca de 100 produtores de 13 estados brasileiros e do Distrito Federal participaram da seleção. Os vencedores foram classificados em duas categorias – cachaças brancas e amarelas, de acordo com o processo de produção (com e sem madeira). “Esperamos que o concurso lhes traga o reconhecimento e a merecida visibilidade, assim como novas oportunidades de negócios”, disse aos participantes o presidente da CNA, João Martins.
A primeira edição do Prêmio voltada à cachaça de alambique contou com a inscrição de pequenos produtores com os registros no Ministério da Agricultura e com volume anual total de até 20 mil litros por ano. O concurso foi dividido em três etapas de seleção e classificação, com degustação – sem identificação das amostras – por júri técnico e júri popular, e avaliação da história do produto.
“Esse prêmio é muito importante pelo formato do concurso incluir a degustação popular. Não bastou a bebida agradar o júri técnico, tivemos de passar no crivo das pessoas também. E esse é o público que mais nos interessa”, comemora Fernando. O produtor Fabio também ficou radiante com a conquista e vê na premiação a oportunidade de maior visibilidade ao seu produto. “Com certeza, vai impulsionar novos negócios”, avalia.
Controle rigoroso da produção
A Cachaça Margô, 3ª colocada, está no mercado desde 2015, com produção anual de quatro mil litros por ano. “Nosso foco é ter um produto de excelente qualidade; para isso, controlamos com rigor todas as etapas”, explica Fernando. Ele conta que a cana de açúcar é colhida às 6 horas da manhã e às 9 horas já está na dorna para fermentação. “Com essa velocidade, conseguimos ter uma bebida de baixa acidez, minimizar o risco de contaminação e garantir a higiene do processo todo”, diz ele. Premiada no concurso internacional de Bruxelas, em 2021, com nota acima de 94, a cachaça Margô é impecável também na embalagem. “Nossa garrafa é francesa, a única no Brasil com essa envase”, cita o produtor.
Planos para exportação
A Cachaça Engenho Fazenda Velha de Nova Odessa, 4ª colocada, surgiu como um hobby de Vicente Polacchini, hoje com 76 anos, o patriarca da família. Seus avós produziam grapa (um destilado de uva) na Itália e quando desembarcaram no Brasil, por volta de 1880, começaram a produção de cachaça artesanal. Vicente passou a produzir a bebida para os amigos, sempre sonhando com a expansão do negócio, até que conquistou a premiação em concursos.
Foi o impulso que precisava para construir os alambiques e formalizar a atividade. Abastecendo os consumidores com cerca de 18 mil litros por ano, Fabio revela os ambiciosos planos da família. “Estamos obtendo a documentação necessária para começar exportar, inicialmente para os Estados Unidos, mas depois para outros países. Queremos levar nosso produto, que representa o Brasil, para outras partes do mundo”, planeja Fabio.
Conheça a lista completa dos ganhadores
Na categoria branca (que não passa por madeira), o vencedor do Prêmio CNA Brasil Artesanal Cachaça de Alambique foi o produtor Cid Marques Faria, da Cachaça Remedin Prata, de Fercal (DF). O segundo lugar ficou para Flaviano Sousa Cruz, da Cachaça Sabinosa, de Salinas (MG). O terceiro colocado foi Gerson Tavernari, da Adelina Prata, Porto Real (RJ) e em quarto ficou a produtora Bruna Bianchin Pol, da Cachaça Pol, de Marau (RS).
O vencedor da categoria amarela (amadeirada) foi o produtor Eliezer Ferreira de Lacerda, da Cachaça Princesa do Vale, de Pedra Azul (MG). O segundo colocado foi Juan Artigas de Sousa Luz, da Cachaça Velho Juan, de Manfrinópolis (PR). Em terceiro lugar ficou Fernando Bomfim Margarido, da Cachaça Margô Premium, de Sales Oliveira (SP). O quarto lugar ficou com os produtores Alexandra e Fabio Polacchini, da Cachaça Engenho Fazenda Velha, de Nova Odessa (SP).
O primeiro colocado, nas duas categorias, recebeu um prêmio de R$ 6 mil, o segundo lugar R$ 3,5 mil, o terceiro R$ 2 mil e o quarto R$ 1 mil. Os três primeiros colocados em cada categoria ganharam também o Selo de Participação no Prêmio CNA Brasil Artesanal.