Busca por financiamento é zero no BB de Sinop (MT)
Não há liberações de recursos porque não existem pedidos de crédito
Por enquanto, nenhum financiamento para o custeio da nova safra estadual de soja foi solicitado ao Banco do Brasil (BB) pelos produtores de Sinop (MT). O plantio da soja já está liberado no Médio Norte do Estado: em Lucas do Rio Verde, por exemplo, a nova safra está sendo semeada. De acordo com o gerente regional de varejo da instituição, Gladston do Rêgo Lages Neto, não há liberações de recursos, porque não existem pedidos de crédito.
O gerente ressalta que a maioria dos agricultores está buscando efetivar a renegociação das dívidas com a instituição financeira, para somente depois dar início ao processo de financiamento.
Apesar do presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, ter relatado alguns entraves para liberação dos recursos destinados ao fomento da agricultura no país, Lages Neto informa que nas 32 agências bancárias da regional, de Aripuanã (extremo Norte) até Barra do Bugres (Médio Norte), não há procura efetiva pelo financiamento rural. Entretanto, ele acredita que na próxima semana as demandas pelo custeio começaram a ser protocoladas. O prazo para que o BB analise todos os pedidos de renegociação expira na próxima sexta-feira, dia 30.
Em decorrência da provável redução de área plantada de soja nesta safra, como apontam várias instituições ligadas ao setor, o gerente da instituição financeira acredita que haverá redução na procura do crédito. Com isso, o recurso destinado ao fomento agrícola será suficiente para atender à demanda. “A avaliação, conforme a experiência no ramo, é que os números de redução acompanharão a estimativa de área plantada”, aponta Lages Neto.
Questionado sobre o tempo que o processo de liberação do crédito rural demora a ser liberado, o gerente da regional explica que isso depende mais da situação do produtor rural, sublinhando que o Banco do Brasil analisa o pedido e se tudo estiver correto, o financiamento é aprovado rapidamente. “O tempo que o processo leva para ser aprovado depende muito da documentação apresentada pelo agricultor”.
Gladston informa ainda que caso o produtor rural esteja com todos os documentos necessários, tenha um bom histórico, com o limite de crédito vigente, cadastro atualizado e sem restrições, “não se tem dificuldades para aprovação do financiamento”.
Liberação - A forma de liberação dos recursos ao agricultor também foi alvo de questionamento por parte do Sindicato Rural, que condenou a prática do repasse direto às revendas de insumo agrícola. Gladston sublinhou que a prática é legal e só visa beneficiar o produtor rural, pois eles deixam de pagar imposto com esse procedimento. “Não sei o motivo de eles reclamarem, a não ser que queiram desviar esse dinheiro, pois o volume destinado à compra dos insumos agrícolas, como consta em cada projeto, será repassado às empresas”, opina Lages Neto.
Mix - Outro ponto questionado pelo Sindicato Rural de Sinop foi o “mix” de juros. O segmento patronal afirma que o BB libera parte do dinheiro com juros especiais e outra parte com juros normais. Sobre essa situação, Lages Neto declara que só é utilizado o juro subsidiado quando ele tem origem nos recursos repassados pela União. “Neste ano não acredito que será necessária a utilização do mix, pois o dinheiro atenderá à demanda, que deve ter uma redução”, justifica.