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Bunge Brasil fecha primeiro semestre no vermelho


A Bunge Brasil, holding formada pela Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes, fechou o primeiro semestre do ano com prejuízo líquido de R$ 222 milhões, após um resultado também negativo de R$ 10 milhões no mesmo período de 2001. Uma das maiores agroindústrias do País, o faturamento da companhia atingiu R$ 4,7 bilhões, 24% acima sobre 2000, de R$ 3,789 bilhões. O impacto da variação cambial foi determinante para o desempenho negativo do grupo, segundo Sérgio Waldrich, presidente da Bunge Alimentos.

Como a reestruturação da empresa ocorreu em dezembro último, quando as ações da Bunge Alimentos e da Bunge Fertilizantes foram incorporadas à Serrana S.A., o grupo elaborou balanço "pro forma" para comparar os resultados.

Com os estoques em dólar no fechamento do semestre - sobretudo soja e fertilizantes - o impacto negativo será amenizado no segundo semestre, afirma Waldrich. "À medida que as vendas serão realizadas no segundo semestre, vamos realizando lucros", diz.

No semestre, o lucro bruto da companhia ficou em R$ 958 milhões, aumento de 20% sobre os R$ 798 milhões do mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro operacional antes do resultado financeiro, depreciação, amortização e impostos) também cresceu 14%, para R$ 357 milhões.

Com o cenário positivo para os próximos meses, em razão da boa demanda pela soja no mercado internacional, a empresa vai manter os investimentos projetados para este ano, de cerca de R$ 380 milhões - concentrados no complexo industrial de Piauí e na ampliação da fábrica de proteína de soja em Esteio (RS). No primeiro semestre, a empresa finalizou a expansão da fábrica de processamento de soja em Rondonópolis (MT), além da modernização de fábricas de sobremesas e misturas em São Paulo e de moinhos de trigo em várias unidades do País.

A divisão Bunge Alimentos fechou o semestre com faturamento de R$ 3,2 bilhões, 23% acima do mesmo período de 2001. Também registrou prejuízo de R$ 152 milhões, sobre os R$ 52 milhões negativos do mesmo período de 2001. A Seara, divisão de carnes, é controlada pela Bunge International.

O faturamento da divisão de adubos da Bunge aumentou 51,6% nos primeiros seis meses do ano, para R$ 1,3 bilhão, impulsionado pelo crescimento de 33% do setor em vendas - um total comercializado de 7,043 milhões de toneladas. Líder no setor, a Bunge Fertilizantes beneficiou-se das vendas antecipadas de adubos para soja no segundo semestre. No entanto, a empresa fechou com prejuízo líquido de R$ 63,8 milhões, sobre os R$ 5,1 milhões também negativos do ano passado. A forte dependência do setor por importados influenciou no resultado.

Segundo Mário Barbosa, presidente da Bunge Fertilizantes, boa parte dos estoques do setor também está em dólar. "O impacto negativo será reduzido até o fim do ano."

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